PF prende 11 marceneiros acusados de trabalharem com madeira ilegal, em Brasiléia; vídeo

É de tensão o clima na sede do Fórum de Brasiléia, no Alto Acre, nesta quinta-feira (19), com a presença de marceneiros e outros trabalhadores em audiência depois de terem sido presos, no dia anterior, quando trabalhavam no polo moveleiro local, localizado no quilômetro 8 da BR 317, sentido para Assis Brasil. São 11 presos acusados acusados de usarem madeira ilegal em suas atividades.

As prisões foram feitas por agentes da Polícia Federal numa operação de fiscalização em companhia de fiscais do Ibama (Instituto Brasileiro de Meio Ambiente).Familiares dos marceneiros presos informaram que os agentes invadiram os barracões do polo, após mandarem os trabalhadores saírem. Assim, deram início a buscas por documentos da madeira que estava sendo utilizada. Notificaram os marceneiros e apreenderam a madeira cujos documentação não foi encontrada. A suspeita é que a madeira comprada seja de reservas extrativistas.

Todos passaram a noite na prisão, na sede da Polícia Federal, em Epitaciolândia, e hoje foram levados à presença do juiz de Brasileia, no Fórum local. Todos terão que pagar multas na ordem e R$ 4 mil e, quem tiver dinheiro, para ser solto, terá que pagar fiança.

“Chegaram armados como quem vai desativar uma refinaria de drogas”, informou o familiar de um marceneiro preso. Familiares que questionam as prisões informaram que as marcenarias da região trabalham com madeira sem documento porque quando os marceneiros foram transferidos para o Polo a promessa que nunca se concretizou era montar uma serraria no local e criar uma área de manejo. Posteriormente, teria sido feita uma exigência à Fábrica de Tacos para que fornecesse madeira de manejo para os Polos, mas a fábrica de tacos teria optado pela exportação de madeira que é mais rentável. Sem opção, os marceneiros passaram a comprar madeira sem documentação.

Em junho deste ano, uma equipe do governo do Estado esteve no Polo de Brasiléia, com representantes do Imac e Federação das Indústrias do Acre (Fieac) com o objetivo de “resolver os problemas herdados de gestões anteriores”, cujos governos da Frente Popular se apresentavam como “Governo da Floresta”, com a economia baseada numa hipotética “florestania”. Os familiares dos marceneiros presos dizem estar de mãos atadas e não sabem a quem recorrer. Eles temem que o grupo seja enviado para o presídio.

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