“Quando vi não acreditei”, diz autor da foto do peixe com Ana Marcela

O fotógrafo esportivo sente o tempo de uma maneira diferente. Um jogo de futebol dura 90 minutos, mas a foto perfeita, aquela mostrando a bola fugindo do alcance do goleiro, o seu olhar desamparado diante do inevitável, o ar carregado de expectativa, o corpo do atacante reagindo de maneira instintiva à glória iminente antes mesmo do raciocínio assimilar o que está prestes a acontecer… tudo isso ocorre em um milésimo de segundo. Ou menos. Quando faz a foto, o fotografo na maioria das vezes nem a vê. Mas ele sente.

O fotógrafo Jonne Roriz viu os peixes pulando de um lado, viu Ana Marcela nadando de outro e começou a sonhar que seria incrível se a atleta e os animais se encontrassem no mesmo quadro em algum momento na baía de Tóquio. Ele preparou as lentes da sua câmera e esperou. Mas nada aconteceu.

“Quando eu vi, não acreditei: era a imagem que eu tinha cantado pra mim mesmo antes, só que com um peixinho menor”, disse o fotógrafo depois. Ali estava Ana Marcela nadando para sua primeira medalha de ouro olímpica, e o peixe tendo que sair do caminho para a brasileira passar. “O foco estava todo certinho no rosto dela. O peixe pulou alinhado ao rosto. Se ele tivesse saltado um pouquinho mais pra trás, teria saído desfocado.”

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