Registro de preços para obras no valor R$ 120 milhões no AC é criticado na Aleac: “Governo está lascando empresários acreanos”

O Governado do Acre, por meio da Secretaria de Infraestrutura, lançou um edital de pregão eletrônico para fornecimento de mão de obra para grandes obras nos municípios acreanos que totaliza R$ 120 milhões. O edital foi amplamente criticado na sessão desta quarta-feira (25) da Assembleia Legislativa do Acre.

As críticas começaram pelo deputado Jonas Lima (PT). Segundo ele, o Governo do Estado não faz mais licitações desde o início da pandemia. O petista afirma que desde o início do Governo Gladson as pequenas empresas são desfavorecidas.

Para ele, os secretários estão “se aproveitando” da pandemia para fazer apenas registro de preços e contratar empresas de fora. “Quando uma empresa de Manaus participa de um registro de preço de R$120 milhões aqui no Acre, ela até gera emprego, mas a maior parte do dinheiro vai mesmo é para o Amazonas e não haverá um ciclo de empregos”, disse.

O deputado Edvaldo Magalhães concordou com o colega parlamentar e diz que o Governo está ‘afundando em um grande escândalo’ com esse registro de preços. O comunista diz que foi aprovado um projeto do Executivo na Aleac para beneficiar as pequenas empresas do Estado, mas não é isso o que está acontecendo, quando o que tem sido lançado não é licitação e sim, registro de preço.

“Enviaram um projeto maquiado, mas aprovamos, para beneficiar as empresas do Acre. Mas o que tá em processo é um pregão para fazer reforma em todas as regionais num total de R$ 120 milhões”, disse.

Discussão esquentou o clima na Aleac. Foto: Agência Aleac

Segundo o parlamentar, o registro de preços de grandes obras vai favorecer grandes empresas e significa exclusão dos empresários acreanos. “Sabe o que vai acontecer? Um vai lá e vai ganhar e vai ser contratado. Quem quer beneficiar as empresas acreanas abre licitação”.

Para o deputado Roberto Duarte, o Governo está “lascando os empresários acreanos”. “São R$ 120 milhões que vão para a tão falada República de Manaus. Esperem o resultado: vai ser a ganhadora, isso sempre foi redirecionado e nossas empresas estão padecendo”, destacou. Ele desafiou os deputados da base a defender essa situação.

Até mesmo o líder de Gladson, Pedro Longo (Progressistas) destacou o pregão. Apesar de dizer que dará o benefício da dúvida, afirmou que se houver algo que impeça a participação das empresas do Acre: “Também irei me opor”. E informou, posteriormente, que o processo foi suspenso para reavaliação.

O deputado Edvaldo disse que espera que esta suspensão leve ao cancelamento.

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