No Acre, idoso está internado na UTI com suspeita de infecção por variante Delta

A Secretaria de Estado de Saúde (Sesacre), confirmou por meio de nota enviada ao ContilNet, que um idoso de 84 anos diagnosticado com Covid-19 está internado no Instituto de Traumatologia e Ortopedia (Into) com suspeita de estar infectado com  a variante Delta.

Ele veio do Rio de Janeiro, epicentro da variante no país. Na segunda-feira (16), ele procurou atendimento com sintomas de febre, tosse seca, hipóxia, dor torácica e dispneia, e a Sesacre disse que ele encontra-se em isolamento.

“A equipe de Vigilância em Saúde Municipal de Rio Branco está monitorando os contatos do paciente suspeito e solicitará a testagem de todos, se for possível. O Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen) providenciará a testagem de inferência diagnóstica para variante Delta, conforme kit recebido do Ministério da Saúde”, diz nota.

O paciente já completou o ciclo vacinal com duas doses, sendo a última em julho e de acordo com o boletim, “Nas últimas 12 horas, o paciente evolui para aumento do cansaço a pequenos esforços e piora do quadro de tosse, sendo internado em UTI. No momento, o paciente encontra-se isolado, obedecendo todos os protocolos sanitários”.

A variante Delta é responsável pelo crescimento de 10% no número de internações por Covid-19 na cidade do Rio de Janeiro, levando a reabertura de leitos que já haviam sido desativados e já circula em 13 estados e no Distrito Federal. A Sociedade Brasileira de Infectologia alerta para a possibilidade de a situação do Rio se repetir em outros estados.

Sobre a variante

A variante Delta está por trás de uma nova onda de infecções em Israel, Reino Unido, Estados Unidos e países asiáticos, como China e Indonésia. Estudos apontam que a cepa é muito mais transmissível e tem maior probabilidade de evadir o sistema imunológico. O cálculo da Organização Mundial de Saúde (OMS) é que a variante delta se torne a cepa predominante em todo o mundo.

A variante seria tão contagiosa quanto a catapora e mais contagiosa do que do que outros vírus da família dos coronavírus, como Mers e Sars, bem como Ebola e varíola, além do resfriado comum ou da gripe sazonal. Estudos mostram que ela se replica de forma mais rápida nos infectados, gerando maior carga viral.

A cepa tem se espalhado rapidamente no Rio de Janeiro. Lá, um estudo da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) apontou um aumento na hospitalização de idosos por Covid, após quatro meses de queda.

A Delta já é predominante em pelo menos 25 países, segundo dados do “Our World in Data”, projeto ligado à Universidade de Oxford

Sintomas

A variante Delta causa sintomas específicos, como dores de cabeça, de garganta, coriza e febre.

Nessa cepa, não é muito comum a perda de olfato e paladar, são sintomas de um resfriado leve, o que pode fazer com que as pessoas não deem a devida importância e continuem circulando, levando o vírus para outros lugares. A flexibilização das medidas de isolamento favorecem a propagação da variante.

Vacinação x Delta

As vacinas são poderosamente efetivas contra casos graves de Covid-19 e mortes decorrentes de contágio por qualquer variante do vírus, incluindo a Delta.

Já pensando no perigo da variante, no dia 20 de julho o Ministério da Saúde anunciou que enviaria doses extras de vacina contra a Covid-19 ao Acre e outros estados de fronteira com o Peru, por exemplo, que além da Delta, tem a cepa Lambda.

Um documento que vazou esta semana dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças, órgão ligado ao Departamento de Saúde dos Estados Unidos, aponta que a variante tem maior probabilidade de infectar vacinados e pode desencadear doenças mais graves nos não vacinados em comparação com todas as outras variantes de coronavírus conhecidas.

Um estudo feito no Reino Unido, apontou que as vacinas da AstraZeneca e da Pfizer são eficazes contra a variante delta após as duas doses. O Butantan está realizando estudos para analisar se a CoronaVac também é.

Esta semana o Governo do Acre autorizou a antecipação da segunda dose da Pfizer de 90 para 21 dias, mas apenas Cruzeiro do Sul vai antecipar. Rio Branco decidiu priorizar a vacinação dos adolescentes entre 12 e 17  anos, visando o retorno das aulas presenciais, no dia 8 de setembro.

Transmissão

Estudos apontam que a transmissão da variante Delta é 1000 vezes superior à da cepa original.

De acordo com o CDC, a Delta em pessoas vacinadas pode produzir cargas virais semelhantes àquelas que não foram vacinadas e estão infectadas com a Delta.

Apesar disso, o documento afirma que a probabilidade de pessoas vacinadas espalharem o vírus, se infectadas, é muito mais rara em comparação com pessoas não vacinadas, diz o jornal americano Washington Post.

As recomendações para evitar o contágio pelo coronavírus são as mesmas. A vacinação completa, com duas doses, medidas de isolamento social e o uso de máscaras continuam sendo a melhor forma de evitar a propagação das variantes do vírus.

 

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