Puro sangue
Questionado pela coluna se acredita em uma chapa majoritária puro sangue do MDB para as eleições do ano que vem, em uma dobradinha com a deputada federal Jéssica Sales, que deve disputar o Senado, o vereador da Capital Emerson Jarude disse que só dependia do governador Cameli (PP). “Hoje a prioridade do MDB é coligar com o governador Gladson Cameli. Agora se ele não quiser coligar com o MDB, existe essa possibilidade porque o partido tem intenção de ser protagonista. É uma possibilidade real”, disse.
Presidência
No início do ano, com a abertura dos trabalhos da nova legislatura na Câmara de Vereadores de Rio Branco e com a eleição da Mesa Diretora, Jarude chegou a colocar o seu nome para a disputa da presidência da Casa, mas perdeu para o vereador N Lima (PP). Passados mais de sete meses de gestão do novo presidente do parlamento municipal, o emedebista acredita que com o cenário de hoje, a situação seria diferente. “Foi uma candidatura muito rápida, não foi planejada, talvez se tivéssemos trabalhado a ideia por mais tempo conseguiríamos um resultado diferente. Alguns vereadores se decepcionaram com a gestão do N Lima. O que a gente sempre propôs foi uma gestão compartilhada, é preciso contemplar todo mundo. Se a gente fizer uma gestão eficiente, a gente consegue alocar melhor os recursos. A Câmara tem muito dinheiro, o orçamento é de mais R$ 30 milhões por ano, maior que muita prefeitura do interior”.
Liderança
Uma crítica recorrente que os vereadores têm feito ao prefeito Tião Bocalom (PP) é a falta de uma liderança no parlamento municipal. O prefeito chegou a dizer que o que ele fez foi algo inédito, que é se propor a conversar com todos os vereadores, sem a interferência de um líder. Para Jarude, esse ineditismo não vem dando certo. “Quando a gente vai até a tribuna, muitos problemas podem ser resolvidos através de um líder, porque ele tá ali, escuta o problema, entra em contato com o secretário e já resolve. Sem essa figura, a gente não sabe pra quem direcionar esses problemas. Para resolver algo eu tenho que entrar com requerimento, com ofício, esperar resposta, e tudo isso pode ser evitado através da presença de um líder, através de uma ponte que ele faz. É claro que a gente pode ligar pra um secretário, pro prefeito, mas não é a mesma coisa de um líder. Acho que ele tem muito a perder se continuar nesse formato”.
Saúde
Crítico da gestão do prefeito Tião Bocalom, a pasta da Saúde é uma das mais falhas para o vereador. “Frank (Lima) tá longe de ser o secretário ideal para a Saúde, por falta de conhecimento técnico e pelo que ele representa dentro do ambiente de trabalho. Tivemos as denúncias de assédio, gravíssimas, que contamina todo mundo, todo o ambiente. As pessoas vão trabalhar desmotivadas. O mínimo que o prefeito tinha que fazer era afastá-lo para apurar as denúncias. Com ele lá ninguém vai dizer nada com medo de ser retaliado. Não é a pessoa ideal para estar à frente da secretaria, nem ele e nem ninguém do primeiro escalão”, disparou.
Exceção
A exceção, na visão do vereador, é o major do Corpo de Bombeiros Cláudio Falcão, que está coordenando a Defesa Civil da Capital. “O Falcão faz um baita de um trabalho, mas só ele. Nas outras áreas pode trocar a equipe toda. Os gestores não conseguem abrir um computador pra participar de uma videoconferência”.
Teimosia
Para o vereador, a insistência de Bocalom em manter a equipe é pura teimosia. “Ele não ouve ninguém, não troca nada, prefere manter a equipe”.
Transporte público
Principal promessa de campanha de Bocalom, a questão do transporte público é um problema longe de ser resolvido. Até o momento, de acordo com Jarude, nem o projeto de melhoria do transporte público que seria enviado pela prefeitura para a Câmara chegou na Casa e nem a “caixa preta” foi aberta. “Essa é uma questão para a Justiça resolver. Não faz sentido o empresário ganhar duas vezes, o dinheiro que ele lucra e o dinheiro da prefeitura”, disse Jarude sobre o projeto que prevê um repasse de cerca de R$ 2 milhões da prefeitura para o Sindcol, dinheiro que deve ser usado para pagar os salários atrasados dos trabalhadores e reduzir a tarifa de ônibus em 50 centavos.
Volta da Aleac
Está marcada para esta terça-feira (10) a primeira sessão presencial da Aleac depois de um longo período fazendo apenas reuniões virtuais. O modelo de sessões via internet foi adotado devido ao agravamento da pandemia do coronavírus no estado. Com os números em queda, e com diversos setores da economia já de volta ao batente presencial, chegou a vez dos deputados estaduais.
Voto impresso
Deve ocorrer amanhã, na Câmara Federal, a votação da PEC do voto impresso. A bancada acreana está dividida sobre o assunto. Já se posicionaram publicamente contra o voto impresso e devem votar contra à PEC os deputados Flaviano Melo (MDB), Perpétua Almeida (PCdoB) e Léo de Brito (PT). Se seguir a orientação de seu partido, o PDT, o deputado Jesus Sérgio também deve votar contra. Já os deputados Alan Rick (DEM), Mara Rocha (PSDB), Vanda Milani (SDD) e Jéssica Sales (MDB) declararam que vão votar a favor da PEC. Na teoria, o placar está em 4 a 4.
Umbigo polêmico
Depois de Cameli afirmar que quer escolher um vice para as eleições do ano que vem que “não pense no próprio umbigo”, em uma clara crítica ao Major Rocha (PSL), seu desafeto político e vice-governador, em uma postagem no Facebook Rocha rebateu e disse que se pudesse escolher, optaria por um governador que cumpra sua palavra e não minta. “Vendo a declaração do Governador que, segundo ele, quer um vice que não pense só no próprio umbigo e que saiba o seu papel, só posso deduzir que Gladson quer um vice omisso. Alguém que silencie diante dos diversos indícios de corrupção, da farra dos precatórios e dos reconhecimentos de dívidas”, argumentou o vice-governador.