De volta
Após um recesso parlamentar de pouco mais de duas semanas, a Assembleia Legislativa do Acre voltou aos trabalhos nesta terça-feira (3), ainda de forma virtual. E a primeira sessão após as mini férias foi intensa. Diversos embates foram travados e muitas propostas foram discutidas. Mal deu tempo de respirar.
Câmara
A Câmara de Vereadores de Rio Branco também voltou hoje, após o mesmo período afastado, cerca de 15 dias. No parlamento municipal, o ritmo foi menos intenso que na Aleac, mas também teve muita discussão. A diferença é que na Câmara o retorno foi presencial.
Metralhadora giratória
Na Aleac, o destaque ficou com o deputado Roberto Duarte (MDB), que voltou com gosto de gás. O deputado acusou o governo de perseguição a servidores da Fundhacre, que segundo ele, estão sendo monitorados e gravados por câmeras de segurança; apresentou anteprojeto de lei para reduzir o ICMS dos combustíveis; pediu o retorno das sessões presenciais; e criticou a terceirização da Fundhacre após ter participado de um protesto junto aos servidores.
Sem concurso
O deputado Fagner Calegário (Podemos) quer alterar a lei que rege os concursos públicos no Acre. Na sessão de hoje, o deputado explicou que seu objetivo é que o Governo não faça novos concursos enquanto há pessoas no cadastro de reserva, esperando para serem chamadas. O projeto pode beneficiar todos os aprovados nos cadastros de reserva dos concursos públicos vigentes no estado, mas bota água no chope do governador Gladson Cameli (Progressistas), que essa semana anunciou que iria realizar um super concurso, com vagas em diversas secretarias.
Potoqueiro
Ainda na Aleac, o deputado Edvaldo Magalhães (PcdoB) disparou pra cima do governador: “Potoqueiro!”. O motivo do peculiar xingamento, de acordo com o deputado, é o vai e volta do governo com relação à convocação dos aprovados em cadastro de reserva da PM. “O que não está existindo é fidelidade do governador à sua palavra, o que existe é que hoje o governador diz uma coisa, amanhã o secretário diz outra, e depois, a Procuradoria outra e faz dos sonhos desses jovens brincadeira”.
Potoqueiro 2
Em defesa do governador, o deputado Gehlen Diniz (PP) rebatou Edvaldo Magalhães e disse que “potoqueiro foi o Tião Viana (PT), que fez concurso e não convocou ninguém”. Apesar da defesa, Gehlen também pediu que o governador cumpra sua palavra, mas pediu paciência. “Até o fim do ano, essas vagas vão surgir”, disse.
Combate à violência
Na Câmara de Vereadores, a presidente da Comissão de Mulheres, Lene Petecão (PSD), lembrou a campanha Agosto Lilás, que visa fazer o enfrentamento à violência doméstica e familiar contra a mulher e pediu que a Prefeitura cumpra a Lei Federal ‘Minuto Seguinte’, que enfatiza “o atendimento à mulher vítima de violência sexual e disponibilize serviços imediatos para atender esses casos”.
Reclamação
Já no primeiro dia de retorno das atividades na Câmara, a vice-presidente da Casa, a vereadora Michele Mello (PDT), reclamou mais uma vez da gestão do prefeito Tião Bocalom (PP). “Cobramos nesses seis meses que a Prefeitura fizesse a seleção de suas prioridades e trabalhasse em cima disso, o que não conseguimos. O que conseguimos, através de muitas indicações e requerimentos nesses seis meses foi algum avanço em relação à vacinação. Não conseguimos concluir algo prioritário que é o transporte público, não conseguimos nem que o projeto chegasse até nós, mas esta será nossa prioridade agora nesse retorno”, falou.
Mais um
Especulado há algum tempo como o possível candidato do MDB ao Governo do Estado, o vereador da Capital, Emerson Jarude, declarou ao ContilNet que colocou seu nome à disposição do partido. “A proposta foi bem avaliada pela maior parte dos membros (da direção estadual do MDB). Vamos amadurecer essa ideia”, disse. Caso a candidatura se concretize, Jarude é mais um nome, ao lado de Jenilson Leite (PSB), que deve se apresentar como a renovação política que o estado precisa.
Voto impresso
Roberto Duarte é mais um dos parlamentares acreanos que saiu em defesa do voto impresso. Em uma postagem nas redes sociais, o deputado defendeu a Proposta de Emenda PEC 135/2019 que determina a expedição de cédulas, após o voto eletrônico, para para fins de auditoria. “Neste momento, é importante desvincular o tema das disputas político-partidárias e da retórica da polarização. O voto auditável é um instrumento a ser agregado à tecnologia das urnas eletrônicas, a serviço da sociedade. Eu apoio o voto auditável”, escreveu Duarte.
Quase unanimidade
O prefeito de Cruzeiro do Sul, Zequinha Lima (PP), é quase uma unanimidade quando o assunto é vacinação conta a Covid-19. O líder do executivo da segunda maior cidade do Acre é costumeiramente elogiado por aliados e até por adversários políticos. Lima, que já foi elogiado pelo deputado Edvaldo Magalhães, recebeu hoje elogios do deputado Daniel Zen (PT). Para o petista, o prefeito de Cruzeiro vem dando um “show” na vacinação. Não é por menos, Cruzeiro do Sul foi a pioneira do estado em todos os grupos e idades aptos a se vacinarem, e desde sábado já imuniza adolescentes entre 12 e 17 anos.
Campeã
No ranking de quem mais gastou cota parlamentar durante o primeiro semestre de 2021, entre todos os 560 deputados do país, a grande campeã foi a deputada federal acreana Jéssica Sales (MDB). De acordo com o levantamento feito pelo portal G1, Sales gastou R$ 303.168,90 só este ano. Na cola de Jéssica Sales, ficaram Flaviano Melo (MDB), com gasto de R$ 266.366,77 e Mara Rocha (PSDB), que gastou R$ 256.477,21 entre janeiro e junho. Já a deputada Perpétua Almeida (PCdoB), foi a que apresentou o menor gasto entre os parlamentares acreanos: R$ 199.747,85.
Campeã 2
Em outro ranking, dessa vez sobre o desempenho dos parlamentares, Mailza Gomes (Progressistas) foi a senadora acreana melhor avaliada pelo “Ranking dos Políticos”, plataforma da direita que mede o desempenho de todos os deputados federais e senadores do país. Mailza ficou à frente dos senadores Sérgio Petecão (PSD) e Marcio Bittar (MDB).
Pressão indígena
Indígenas do Acre publicaram nesta terça-feira (3) uma carta exigindo dos deputados federais e senadores um posicionamento contrário ao PL 490/2007, que retira direitos indígenas e pode acabar com a demarcação de Terras Indígenas no país. “Queremos autonomia para cuidar coletivamente dos nossos territórios. Não queremos invasão, conflito, divisão e degradação ambiental. Independente das opções políticas e partidárias, queremos dialogar com cada um dos senhores e senhoras em nome de centenas de povos e comunidades indígenas, não apenas de nosso estado do Acre, mas de todo o país, que se posicionam contra a tomada de nossas terras, o despedaçamento delas e a eliminação dos modos de vida tradicionais”, diz um trecho da carta.