A mais transmissível: variante Delta da Covid-19 chegou ao Acre; saiba mais sobre ela

A variante Delta do coronavírus, que foi identificada pela primeira vez na Índia e já se espalhou para vários países, incluindo o Brasil, e tornou-se uma preocupação mesmo para os locais onde a vacinação contra o vírus está avançada, chegou oficialmente ao Acre.

Os seis primeiros casos foram confirmados na última sexta-feira (10), mas a circulação da variante já era dada como certa pelas autoridades de saúde há cerca de um mês e por isso, as medidas adotadas pelo Estado para combater o coronavírus não devem mudar, já que ao longo das últimas semanas os índices de internações, mortes e casos da doença só diminuem e o governo afirma que o sistema de Saúde Pública do Estado está devidamente estruturado para atender todos os pacientes que deem entrada nas unidades com sintomas de Covid-19.

Em recente entrevista, o médico acreano Thor Dantas deixou claro que apenas a vacina é capaz de prevenir uma terceira onda, em especial com o surgimento de variantes.

“Quem falou lá atrás para deixar o vírus circular, é o responsável por essa variante, Pois ela surge a partir da alta transmissão. A imunidade coletiva, de rabanho vem com a vacina e não com o vírus se propagando, o vírus tem que ser contido”, disse o infectologista durante uma uma conversa promovida pelo Coletivo Somos Cidadania, no fim de agosto, antes mesmo da confirmação dos seis primeiros casos.

Apesar do cenário favorável, vale lembrar que a Delta é tida como a variante mais sofisticada do Sars-CoV-2 e está por trás de uma nova onda de infecções em Israel, Reino Unido, Estados Unidos e países asiáticos, como China e Indonésia. Estudos apontam que a cepa é muito mais transmissível e tem maior probabilidade de evadir o sistema imunológico. O cálculo da Organização Mundial de Saúde (OMS) é que a variante delta se torne a cepa predominante em todo o mundo.

Delta x vacinação

Segundo o chefe do Departamento de Vigilância em Saúde, José Gabriel Mesquita, todos os seis casos confirmados para a variante Delta no Acre tinham pelo menos a primeira dose da vacina contra a Covid-19. E isso reforça a importância de completar o ciclo de imunização com as duas doses.

Na Capital, a Secretaria Municipal de Saúde já está trabalhando com a antecipação da segunda dose das vacinas Pfizer e Astrazeneca que antes tinham um intervalo de 90 dias e passou a ser de 60. Além disso, a terceira dose, ou dose de reforço também já começou a ser aplicada, a princípio em idosos acima de 70 anos e pacientes imunossuprimidos que tenham tomado a primeira dose há mais de 6 meses.

As vacinas são poderosamente efetivas contra casos graves de Covid-19 e mortes decorrentes de contágio por qualquer variante do vírus, incluindo a Delta.

Um estudo feito no Reino Unido, apontou que as vacinas da AstraZeneca e da Pfizer são eficazes contra a variante delta após as duas doses. O Butantan está realizando estudos para analisar se a CoronaVac também é.

Transmissão

Estudos apontam que a transmissão da variante Delta é 1000 vezes superior à da cepa original e seria tão contagiosa quanto a catapora e mais contagiosa do que do que outros vírus da família dos coronavírus, como Mers e Sars, bem como Ebola e varíola, além do resfriado comum ou da gripe sazonal. Estudos mostram que ela se replica de forma mais rápida nos infectados, gerando maior carga viral.

De acordo com um documento que vazou esta semana dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças, órgão ligado ao Departamento de Saúde dos Estados Unidos, a Delta em pessoas vacinadas pode produzir cargas virais semelhantes àquelas que não foram vacinadas e estão infectadas com a Delta.

Apesar disso, o documento afirma que a probabilidade de pessoas vacinadas espalharem o vírus, se infectadas, é muito mais rara em comparação com pessoas não vacinadas, diz o jornal americano Washington Post.

As recomendações para evitar o contágio pelo coronavírus são as mesmas. A vacinação completa, com duas doses, medidas de isolamento social e o uso de máscaras continuam sendo a melhor forma de evitar a propagação das variantes do vírus.

A Delta já é predominante em pelo menos 25 países, segundo dados do “Our World in Data”, projeto ligado à Universidade de Oxford

Sintomas

A variante Delta causa sintomas específicos, como dores de cabeça, de garganta, coriza e febre.

Nessa cepa, não é muito comum a perda de olfato e paladar, são sintomas de um resfriado leve, o que pode fazer com que as pessoas não deem a devida importância e continuem circulando, levando o vírus para outros lugares. A flexibilização das medidas de isolamento favorecem a propagação da variante.

 

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