Missão da NASA para desviar asteroide da Terra pode se transformar em caos

Uma nova simulação mostra que, no âmbito da missão Teste de Redirecionamento de Asteroide Duplo (DART, na sigla em inglês), quando o asteroide-alvo for atingido, isso pode fazer com que a rocha espacial comece a girar e oscilar de forma caótica. No fim deste ano, a NASA irá lançar uma missão para testar como poderíamos, no futuro, desviar um asteroide para proteger a Terra dessa espécie de ameaça, aponta portal Technology Review.

Estima-se que o lançamento seja em 24 de novembro ou, no mais tardar, em fevereiro de 2022, e levará um ano para atingir sua meta: Dimorphos, asteroide do tamanho de um estádio que orbita uma rocha espacial muito maior chamada Didymos.

O plano é atingir Dimorphos a uma velocidade de 6,5 quilômetros por segundo com a espaçonave DART, que tem o tamanho de um carro e pesa um pouco mais de 300 quilos, alterando sua órbita em torno de Didymos.

O impacto terá apenas um pequeno efeito na órbita do objeto. No entanto, isso deve ser suficiente para desviar um asteroide do caminho da Terra no futuro, é claro que se for atingido com antecedência e suficientemente longe de nosso planeta.

As potenciais mudanças na órbita de Didymos foram bem estudadas. Mas até agora não se sabia o que aconteceria a Dimorphos depois do impacto. No estudo liderado por Harrison Agrusa da Universidade de Maryland (EUA) e publicado no jornal Icarus, os pesquisadores modelaram como o DART poderá alterar a rotação ou o movimento rotativo de Dimorphos, calculando como o momento do impacto alterará a rolagem, arfagem e guinada do asteroide.

Os resultados podem ser dramáticos. “Ele [o asteroide] poderá começar a balançar desordenadamente e entrar em um estado caótico”, comentou Agrusa, acrescentando que “isso foi realmente uma grande surpresa”.

A rotação inesperada apresenta vários desafios, podendo tornar mais complicadas as futuras tentativas de desviar um asteroide da Terra, já que qualquer rotação pode afetar o trajeto de um asteroide através do espaço.

Quando DART atingir Dimorphos, a energia do impacto será comparável à explosão de três toneladas de TNT, o que lançará ao espaço milhares de fragmentos e detritos da rocha. Algum tempo mais tarde, Dimorphos começará a oscilar ligeiramente, mas esta oscilação crescerá à medida que o impulso do impacto desequilibre a rotação, uma vez que no vácuo espacial não há atrito que possa abrandar o asteroide.

Em poucas semanas, Dimorphos pode começar a girar de tal forma que poderá entrar em estado caótico incontrolável em torno de seus eixos. Em cenários mais extremos, a ligação por atração com Didymos poderia quebrar completamente e ele começaria a se movimentar “loucamente”, conclui Agrusa.

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