O médico identificado como Antônio Marcos Rego Costa, de 36 anos, e que é suspeito de assassinar a ex-mulher, a economista Gabriela Jardim Peixoto Rego, 35 anos, em Feira de Santana, interior da Bahia, é natural de Brasiléia, interior do Acre, e estaria refugiado no município após cometer o crime. Pelo menos é o que acredita a Polícia da Bahia, que investiga o crime, em comunicação ao Deic (Departamento de Estado de Investigação Criminal) da Polícia Civil do Acre, que já está ciente do fato e começa também a atuar no caso, checando informações sobre se o médico está mesmo no Acre.
O pai do médico, já falecido, era conhecido em Brasiléia como “Zé da Polda”. Um de seus tios, também falecido em 2017, Ari Rodrigues, foi funcionário do serviço de saúde do Acre e um conhecido locutor da Radio 3 de Julho, em Brasiléia.
A preocupação da Polícia da Bahia é porque o médico suspeito do crime, se de fato tiver chegado ao Acre, possa atravessar a fronteira e fugir para a Bolívia ou o Peru.
Este é o segundo caso de violência, num espaço de menos de três meses, envolvendo médicos do Acre em Feira de Santana. O outro caso ocorreu em julho deste ano, quando o médico Andrade Lopes de Santana, de 32 anos, também de Brasiléia, foi morto em Feira de Santana pelo colega e amigo Geraldo Freitas Júnior. Não há informações se os médicos do caso anterior e o de agora se conheciam, mas é possível que sim, já que Feira de Santana não é uma cidade grande e Brasiléia, a origem de Andrade e de Antônio Marcos, também é relativamente pequena.
Gabriela Jardim Peixoto Rego foi encontrada morta em um matagal às margens da BR 116-Norte, em Feira de Santana (BA). Eal estava desaparecida. A última vez em que foi vista com vida foi entrando no carro do médico acreano, num posto de gasolina na área central de Feira de Santana. Câmeras de segurança mostram o momento em que ela entra no carro do médico, uma pick-up de cor vermelha, e deixa seu próprio veiculo no estacionamento do posto, com os pertences pessoais, bolsa e celular. Nas imagens, a economista parecia chorar.
A polícia da Bahia trabalha com a hipótese de que as causas do crime tenham sido ciúmes, já que o casal teria uma relação que incluía sexo grupal, com outros parceiros e parceiras, segundo a delegada da 1ª Delegacia Territorial de Feira de Santana, Claudine Bastos, em declarações às emissoras de televisão do interior da Bahia, como rede Record e Bandeirantes.
No carro do suspeito, que foi apreendido, os peritos teriam encontrado vestígios de sangue. Ele foi visto ao lado da vítima momentos antes do seu desaparecimento. Informações iniciais apontam que Gabriela teria emprestado R$ 100 mil ao ex-namorado.
O advogado do médico disse à Rede Record que o cliente nega qualquer participação no assassinato e está “à disposição da Justiça para os devidos esclarecimentos”. Sobre a viagem para o Acre, o homem teria dito que precisou viajar para visitar parentes.