CPI vai incluir em relatório fala inverídica de Bolsonaro que associa vacina contra Covid a HIV

A CPI da Covid vai incluir no relatório final a fala inverídica do presidente Jair Bolsonaro que relacionou a vacina contra Covid-19 ao vírus da imunodeficiência humana (HIV). A comissão também acrescentará recomendações às redes sociais acerca das recorrentes publicações enganosas feitas pelo chefe do Executivo, conforme informou ao GLOBO o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), vice-presidente da CPI.

— Nós não só incluiremos no relatório final como incluiremos uma recomendação às redes sociais – Facebook, Instagram, Twitter e Youtube – para que tomem as providências devidas sobre a reiterada prática de crime por parte do presidente da República — disse Rodrigues.

Segundo o parlamentar, um ofício proposto pelo senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) será encaminhado ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, relator do inquérito das fake news, para comunicá-lo sobre reincidência de prática criminosa e propor providências, entre elas a retratação do presidente em suas redes sobre a declaração que associa a imunização contra a Covid-19 à Aids.

— A primeira (providência) sugerida será a aplicação de multa e intimação do presidente da República para desmentir em nova live a mentira que propagou, sob pena de alta multa diária a ser executada diretamente nos seus vencimentos, se assim não fizer. Complementar a isso, a determinação judicial para suspensão ou eventual banimento de Jair Bolsonaro das suas redes sociais — afirmou o senador.

Em sua live semanal na última quinta-feira, Bolsonaro leu uma suposta notícia de que relatórios oficiais do governo do Reino Unido sugerem que as pessoas completamente imunizadas estão desenvolvendo a síndrome de imunodeficiência adquirida “muito mais rápido que o previsto”. A afirmação do presidente ocorreu um dia após a leitura do relatório final da CPI da Covid, que pediu seu indiciamento por nove crimes em função de sua conduta durante a pandemia.

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