Em Belém do Pará, Gladson participa de fórum mundial sobre bioeconomia: ‘Nossa maior riqueza é a floresta’

O governador do Acre, Gladson Cameli, participou, na tarde desta segunda-feira (18), em Belém (PA), da abertura do Fórum Mundial de Bioeconomia, que pela primeira ocorre fora da cidade de sua criação e origem, Ruka, na Finlândia. Gladson Cameli participou da coletiva de imprensa sobre o evento ao lado do governador do Pará, Hélcio Barbalho, além de outros governadores e vice-governadores da Amazônia Legal. Secretários do Governo do acre, como da Casa Civil, Flávio Silva; de Infraestrutura, Cirleudo Alencar; e o chefe de gabinete do governador, coronel Messias, também participam do evento.

O encontro, com a participação de vários palestrantes internacionais e do Brasil, incluindo o vice-presidente da República Hamilton Mourão, se estende até o dia 21. Veja aqui o link para os palestrantes do evento.

Líderes do Acre participam do encontro. Foto: Secom

“Devemos criar mais oportunidades para o povo que vive na Amazônia e, ao mesmo tempo, temos que proteger aquilo que temos de mais valioso. Nossas florestas são as nossas maiores riquezas, não precisamos derrubar mais nenhuma árvore. Basta aproveitarmos as áreas abertas e criar mecanismos para que sejamos recompensados por fazer a nossa parte”, declarou o governador do Acre.

A participação do Acre num evento desta envergadura assume característica singular porque é desta região do país que surgiram historicamente as primeiras propostas de aliança entre desenvolvimento e preservação da Amazônia, a maior e mais diversa floresta tropical do mundo. O bioma amazônico compreende cerca de 44% do território da América do Sul e é o lar de 48 milhões de pessoas. Com o agravamento das mudanças climáticas neste século, as atenções estão voltados para a Amazônia. A região tem relevante contribuição com o equilíbrio ambiental do planeta, reconheceu o governador Gladson Cameli.

O Fórum Mundial de Bioeconomia é uma plataforma global envolvendo partes interessadas na circulação da bioeconomia possam compartilhar ideias e promover soluções sustentáveis. O maior propósito dos criadores da ideia é encorajar a substituição de indústrias, produtos e serviços não-sustentáveis e, ao mesmo tempo, atenuar as mudanças climáticas.

A temporada de debates em torno do assunto em 2021, de acordo com os organizadores, proporcionará novas ferramentas e oportunidades de engajamento com o Fórum e seus muitos membros e seguidores. Uma das novas ferramentas inclui o Dia Mundial do Bioproduto (World Bioproduct Day).

Evento acontece em Belém, no Pará. Foto: Secom

De acordo com a organização do evento, quando se trata de bioeconomia, não há um critério fixo, mas sim diferentes bioeconomias, cada qual com seus pontos fortes. “Esta é uma das razões principais pelas quais nós iremos ao Brasil para o Fórum Mundial de BioEconomia 2021 (World BioEconomy Forum). O Fórum será sediado em Belém, a capital do estado do Pará. A localização é a foz do Rio Amazonas – novamente no coração de um ecossistema de extrema importância. O Fórum Mundial de BioEconomia gostaria de apresentar Belém e o estado do Pará como um verdadeiro foco da bioeconomia circular em 2021, e compartilhar sua história com a sociedade global de bioeconomia circular”, diz o informativo da organização do evento. “Para fazer valer o que dizemos, podemos aprender com o Brasil e a região Amazônica ao mesmo tempo em que compartilhamos nossas lições de outras partes do mundo”, acrescenta a apresentação.

Uma das primeiras definições sobre o que é a bioeconomia foi do biólogo marinho russo Baranoff. Em 1917, ele a definiu como atividade econômica baseada no uso de recursos naturais renováveis, cujo crescimento deve estar limitado à sua capacidade de regeneração por processos ecológicos.

A Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), defende que a bioeconomia pode ajudar e enfrentar problemas globais urgentes, como a fome, a pobreza e as mudanças climáticas. Para alcançar os objetivos, no entanto, a agência pontua que são necessárias metas concretas, meios para as cumprir e formas de medir o progresso.

“Precisamos promover esforços coordenados internacionalmente e garantir o engajamento de múltiplas partes interessadas nos níveis local, nacional e global” – Maria Helena Semedo, diretora-geral adjunta da FAO para Clima e Recursos Naturais.

Na Amazônia, O Programa Prioritário de Bioeconomia é definido pela Suframa (Superintendência da Zona Franca de |Manaus) e consiste no desenvolvimento de soluções para a exploração econômica sustentável da biodiversidade amazônica. A partir deste conceito, o PPBio embasa a seleção e enquadramento de projetos considerando: A conservação dos ecossistemas naturais; promoção de uma agricultura multifuncional de base agroecológica; os fluxos e ciclos de regeneração natural e o tratamento e reaproveitamento de resíduos.

O objetivo é fortalecer cadeias de produção nativas e o desenvolvimento social local, com tecnologia e inovação.

O Acre participa do evento anunciando que detém 88% de sua cobertura vegetal intacta e desponta como um dos estados da Amazônia brasileira referência mundial na preservação do meio ambiente. Para alavancar ainda mais a economia local, uma das apostas de Gladson Cameli é o agronegócio sustentável. “O Acre possui terra fértil, clima bom e todas as condições para que o agronegócio prospere. Nos últimos anos, temos visto colheitas batendo recordes e isso é a prova daquilo que defendemos. Como governo, estamos fazendo nossa parte em não atrapalhar quem queira investir no nosso estado. Porém, estamos atentos e cobrando o cumprimento da legislação ambiental, que não permite excessos e pune quem insiste em derrubar a floresta de maneira ilegal”, disse Cameli.

O governador do Pará, Helder Barbalho, falou sobre o que considera inúmeras potencialidades econômicas regionais já em atividade e, ainda, sobre outros setores com grande apelo para a geração de riquezas. Durante a cerimônia, o governador lançou o edital de Procedimento de Manifestação de Interesse, para concessão de áreas estaduais para proteção, e comercialização de créditos de carbono; assim como fez a assinatura do primeiro contrato de crédito para produtores da bioeconomia (Banpará Bio) e do decreto da estratégia de bioeconomia do Pará.

A participação do Acre num evento desta envergadura assume característica singular. Foto: Secom

“Este momento representa a busca do início de uma nova história para a consolidação de uma nova vocação econômica para a Amazônia. Aproveitar a nossa biodiversidade, discutir estratégias que possam compatibilizar os cerca de 25 milhões de amazônidas que moram nessa região com estratégias econômicas compatíveis com sustentabilidade e impulsionando o debate com as comunidades tradicionais”, argumentou.

Representando o Consórcio de Governadores da Amazônia Legal, o governador do Amapá, Waldez Góes, destacou a realização do evento no Norte do país e falou da relevância dos estados amazônicos estarem unidos em prol do fortalecimento da região.

“O fato de o fórum estar sendo realizado no Pará, em plena Amazônia, torna ainda mais significativo seus debates. O Consórcio de Governadores se consolida como respeitada representação dos estados da Amazônia brasileira, buscando a conversão de interesses que nos unem”, pontuou.

Fotos: Secom

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