Vereadores de Tarauacá pedem socorro a deputados contra mudança de endereço da maternidade

Uma comitiva de vereadores de Tarauacá esteve na Assembleia Legislativa do Acre, nesta terça-feira (25), para pedir apoio aos deputados estaduais para que a Maternidade Ethel Muriel Guedes não seja transferida para o Hospital Dr. Sansão Gomes. De acordo com os vereadores, a intenção da Secretaria de Estado de Saúde é levar a maternidade para a parte onde funcionava a Ala Covid no Sansão Gomes.

“80% da população tem acesso mais fácil à maternidade a essa localização atual, no Centro, e perto do maior bairro da cidade sendo que o hospital está localizado na parte alta e com ruas esburacadas e a população não quer essa mudança. Inclusive não é bom uma maternidade junto com um hospital pois existe em um hospital muita doença infecciosa. Imagina em uma pandemia como essa se a maternidade fosse junto com o hospital?”, disse o vice-presidente da Aleac, deputado Jenilson Leite (PSB), que recebeu os parlamentares.

Ainda segundo Leite, a maternidade atende as pessoas de uma área mais simples e não faz sentido levá-la para a parte alta, onde fica o Hospital Sansão Gomes. “Não deixe de ouvir a população de Tarauacá. Se o Governo fizer isso ele vai estar deixando de ouvir o anseio popular, e um governo que deixa de ouvir, tem como caminho não ter a confiança da população na próxima eleição. Se o governador tirar a maternidade e devolver para o mesmo lugar, nós devolveremos, quando assumirmos o Governo do Estado”, asseverou Leite, que é pré-candidato ao Governo do Acre.

De acordo com o vereador Manoel Monteiro (PCdoB), a população tarauacaense não concorda com a mudança e organizou um abaixo-assinado para evitar a transferência que conta com mais de 3 mil assinaturas. Atualmente, já há um valor de R$ 200 milhões disponibilizado para a reforma.

“Concordamos com uma mudança provisória, enquanto o prédio passa por reforma, mas o compromisso que queremos é a garantia que ela volte ao local que está atualmente assim que finalizar a reforma”, disse.

A maternidade fica localizada próximo ao porto e Tarauacá ainda é uma cidade onde o transporte fluvial é o principal meio de transporte para a população ribeirinha, que representa a maior parte dos tarauacaenses. O deputado Neném Almeida (Podemos) lembrou que a manutenção da maternidade no atual endereço foi uma promessa do governador Gladson Cameli (Progressistas).

“A maternidade atende toda a população, tem ribeirinho, indígena, seringueiro que chegam pelo rio e tem hoje a maternidade a poucos metros do porto, se mudar para o hospital, vai distanciar muito e estamos falando de uma população que anda de bicicleta, de barco. Como uma grávida vai de bicicleta subindo ladeira no sol?”, questionou.

Para o deputado Edvaldo Magalhães (PCdoB), é de extrema importância que seja respeitada a cultura local e que toda obra deve levar em consideração o costume do povo: “A maternidade é uma necessidade, mas é uma tradição e uma cultura”, afirmou.

“Tarauacá vive um momento de clamor. Quem não conhece a realidade daquele município pode achar que não tem grande importância, mas quem mergulhar um pouquinho naquela realidade sabe que é em torno do rio que estão os maiores bairros da cidade. Tarauacá é um dos municípios do Acre que tem uma população rural enorme em torno dos rios Tarauacá e Muru, portanto uma mudança dessas cria um problema sério e grave”, ressaltou.

O deputado José Bestene (PP), presidente da Comissão de Saúde, garantiu falar com o governador sobre a decisão. O objetivo do aliado do Governo na Casa é convencer Cameli de que a Maternidade precisa permanecer no local atual, o que precisa é de uma reforma. O deputado Jonas Lima (PT) também se colocou à disposição dos tarauacaenses.

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