O desmatamento na Amazônia aumentou 21,97% entre agosto de 2020 e julho de 2021, segundo pesquisa divulgada pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) nesta quinta-feira (18). Foram desmatados 13.235 quilômetros quadrados de floresta, maior área dos últimos 15 anos. A divulgação desses números, só agora, está sendo muito criticada por entidades ambientalistas e organizações não governamentais ligadas ao meio ambiente.
Os ambientalistas acusam o governo federal de ter feito a divulgação só agora para evitar críticas ao presidente Jair Bolsonaro e ao próprio governo federal durante a realização da COP-26, na Escócia, na semana passada. Na versão dos ambientalistas, o governo já dispunha de tais dados e os escondeu para não constranger o presidente e o governo na COP-26. O ministro do Meio Ambiente, Joaquim leite, no entanto, disse ter recebido o relatório e os números apenas no dia de ontem.
De acordo com o INPE, em 2020, a área desmatada na Amazônia foi de 10.851 quilômetros quadrados, segundo estimativa do Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal por Satélite (Prodes). O mapeamento de 2021 foi feito a partir da análise de 106 cenas prioritárias de todos os Estados da região. O Pará foi o Estado em que mais houve devastação, representando 5.257 km², em seguida do Amazonas, Mato Grosso e Rondônia. As quatro regiões juntas correspondem a 87,25% do desmatamento estimado.
Durante coletiva de imprensa nesta quinta, o ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, afirmou que os números representam “um desafio”. “Teremos que ser mais contundentes em relação a estes crimes. E com certeza seremos, ampliaremos a atuação”, afirmou.
De acordo com os dados, o Acre foi o Estado da Amazônia que menos desmatou. Ao todo, o último desmatamento na região, segundo INPE, corresponde a nove cidades e São Paulo e se repete por quatro anos seguidos.