Lideranças religiosas do Juruá pregam a união para um Ano Novo melhor que 2021

O bispo da Diocese de Cruzeiro do Sul, Dom Flávio Giovenale, e o pastor Carlos Alberto, coordenador da Assembleia de Deus no Juruá, analisaram as agruras de 2021 e projetaram as suas esperanças para dias melhores em 2022. Os dois líderes religiosos, católico e evangélico, receitaram em comum a união entre o governo do Estado, as prefeituras e os setores da sociedade civil organizada para novas perspectivas na saúde e na geração de emprego à população acreana, no próximo ano.

Tanto Dom Flávio quanto o pastor Carlos avaliaram que 2021 foi um ano desafiador. Mas ambos concordam que as dificuldades com a pandemia de Covid-19 e as enchentes em vários municípios do Acre trouxeram aprendizados importantes para a população.

“Tivemos um 2021 difícil, mas que não foi um ano perdido porque aprendemos muitas coisas. Em janeiro quando tivemos, simultaneamente, o agravamento da pandemia de Covid-19 e as enchentes na nossa região, aprendemos a solidariedade organizada porque todos se uniram, independente de partidos e igrejas. Assim nos juntamos, coordenados pela prefeitura e o governo, trabalhamos, superamos e vencemos”, disse o bispo Dom Flávio.

“O Brasil chegou ao patamar de 20 milhões de pessoas passando fome, em 2021. Isso é triste para uma Nação rica com tantas terras cultiváveis e que tem uma das maiores reservas de água potável do mundo. Acredito que as parcerias entre governo e instituições da sociedade civil podem mudar essa grave situação social que vivemos. Eu creio que as instituições religiosas e filantrópicas podem contribuir por serem um braço acolhedor e amoroso para as pessoas. O governo, por meio de convênios, poderá fomentar essa união para que aqueles que mais precisam sejam alcançados pelo poder público no próximo ano”, refletiu o Pastor Carlos.

A união entre as religiões

O pastor Carlos Alberto disse uma frase emblemática que pode servir de orientação para os distintos praticantes do cristianismo.

“Infelizmente, falando como um líder religioso, vejo muito de igreja e pouco de Evangelho. Precisamos mudar essa questão e cada um deve fazer a sua parte para não estarmos separados por um muro. Sejam instituições públicas, privadas, filantrópicas ou religiosas as diferenças precisam ser superadas para que haja uma parceria maior. Sempre deixando de lado qualquer sentimento de credo e de cores partidárias que causam intolerâncias e nos impedem de fazermos um trabalho para atendermos um número maior de pessoas necessitadas”, avaliou o pastor.

O bispo da Diocese de Cruzeiro do Sul também ressaltou a importância da união. “Para entender a necessidade de união é só olharmos para a nossa mão que tem cinco dedos. Um dedo só não segura nem uma caneta, não faz nada na prática, a não ser limpar o nariz ou o ouvido. Pra segurar uma caneta precisamos de três dedos e pra um copo cinco dedos. Então, sozinho não vamos a lugar nenhum. Nós como igrejas cristãs somos como uma mão que tem a palma que é o amor a Jesus Cristo. Alguns puxam mais para a Bíblia, outros para Nossa Senhora. Os Adventistas se fixam mais no Antigo Testamento, temos a União do Vegetal, o Santo Daime, os indígenas, os espíritas que são dedos diferentes, mas que estão ligados pela palma da mesma mão. E se quisermos carregar uma mesa pesada precisamos de todos os dedos e de várias mãos. É só olharmos para o nosso corpo e veremos que não existe nenhum órgão que possa dizer que é autônomo. Nem o cérebro, nem o coração e nem os rins. Um precisa do outro”, ponderou Dom Flávio.

Mensagens para 2022

Os dois religiosos também deixaram mensagens reflexivas para as pessoas poderem construir um Ano Novo que traga mais bem-aventuranças para todos os acreanos.

“Precisamos trabalhar mais nas causas e não só com os resultados. A geração de amanhã precisa ser preparada hoje. Isso nos permitirá salvarmos as nossas crianças e adolescentes que poderão ter uma vida melhor no futuro. Por isso, a nossa mensagem para o Ano Novo é de otimismo. Já vivemos tantas coisas negativas e temos a esperança que teremos um 2022 muito melhor. Mas isso passa pela mobilização de todos os atores sociais e de todas as instituições. É preciso um maior envolvimento social e filantrópico e que cada instituição dê a sua colaboração”, disse o pastor Carlos.

Já Dom Flávio ressaltou a importância da autorresponsabilidade de cada um para o próximo ano ser mais próspero e luminoso.

“Em 2022 é preciso mudar de mentalidade. Quando se chega nesse período as pessoas se perguntam o que o ano novo irá trazer. Mas devemos pensar naquilo que queremos construir no novo ano porque existirão 365 dias de possibilidades que dependem da gente aproveitar. Somos nós que podemos fazer de 2022 um ano bom porque dificuldades e problemas sempre vão existir. Mas também sempre há chances de crescimento e aprendizado. Temos que refletir de como queremos viver o novo ano. Por isso eu aconselho a todos, fé porque tudo depende de Deus e garra para fazermos a nossa parte”, pregou Dom Flávio.

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