Messias Cameli: Empresas de família que elegeu dois governadores no Acre completam 50 anos de fundação

Uma missa de ação de graça, a ser celebrada nesta segunda-feira (13), a partir das 19h30min, na Catedral Nossa Senhora da Glória, em Cruzeiro do Sul, marcará as celebrações dos 50 anos de fundação das empresas da família Messias Cameli, criadas a partir de 1971, pelos patriarcas Marmude e Maria Messias Cameli do Patrocínio Messias, com ajuda dos filhos Francisco (Chiquinho), Orleir e Eládio Cameli, dos quais os dois primeiros já são falecidos.

O que era inicialmente uma pequena loja de estivas em Cruzeiro do Sul transforma-se, a partir do trabalho dos pais e a participação dos irmãos Cameli, em cinco décadas, num dos maiores conglomerados financeiros do Estado e numa das maiores empresas privadas e familiar da Amazônia, envolvidas em variadas atividades comerciais e empresariais da economia regional. Além da missa e outras celebrações, o “Teatro dos Naus Alberto Lôro” tem também uma exposição de fotográficas, contando a saga da família, uma das mais tradicionais do Juruá.

Os eventos acontecem nesta segunda-feira (13)/Foto: Reprodução

O sucesso empresarial das duas famílias renderam ao Acre, entre outros políticos de destaque, dois governadores de Estado, o falecido Orlei Cameli, morto em maio de 2013, e o atual, Gladson Cameli, filho de Eládio, apontado até aqui como favorito na corrida para as eleições estaduais de 2022, quando deve concorrer novamente na disputa pela chefia do Palácio Rio Branco. O atual governador acreano, aliás, começou a tomar gosto pela política lá por 1992, quando ainda adolescente costumava acompanhar do tio Orleir em campanha para às eleições de prefeito de Cruzeiro do Sul daquele ano, quando venceu com folga outros dois concorrentes – Maria das Vitórias (PDS) e Salas do PT.

O empresário aparentemente neófito em política, que jamais havia disputada um mandato eletivo e pouco se interessara anteriormente pela política partidária, dera uma autêntica aula de política em dois veteranos da área – ela, uma ex-deputada estadual e esposa do então político atuante e ex-prefeito biônico de Cruzeiro do Sul por quase uma década, João Soares Tota Figueiredo, e ele um engenheiro agrônomo com vasta experiência em política partidária e militância em movimentos sociais.

O sucesso empresarial das duas famílias renderam ao Acre, entre outros políticos de destaque, dois governadores de Estado: Orleir e Gladson/Foto: Reprodução

As ações de Orleir como prefeito de Cruzeiro do Sul

O aparente inexperiente político Orleir logo mostrou que sua visão empresarial também poderia ser útil no serviço público. Implantou obras importantes como prefeito da segunda maior cidade do Acre, como a construção de 60 quilômetros de ruas numa cidade acostumada à lama, aos buracos e à poeira, cria um ousado programa de construção de casas populares e amplia o atendimento em creches nas zonas urbanas e rurais pata 1.600 crianças, com três refeições diárias e orientações de higiene.

A Prefeitura de Cruzeiro do Sul sob Orleir Cameli também cria programa de capacitações pedagógicas para as monitoras, compra de material didático e constrói novas 22 salas de aula, reforma escolas e promove a abertura de poços artesianos nas localidades em crise por falta de abastecimento de água potável. Além disso, acolhe e capacita 76 meninos em situação de rua em escola agrícola e constrói 520 metros de canal para escoamento pluviométrico na Avenida Rodrigues Alves, hoje um parque dotado de ciclovias, praças, passeios, cheio de paisagismo – onde era um igarapé que causava transtornos no centro da cidade a cada enchente, transformou-se numa das mais belas praças do Acre e do interior do Brasil, a qual, com justa homenagem, leva o nome de Orleir Cameli.

O aparente inexperiente político Orleir logo mostrou que sua visão empresarial também poderia ser útil no serviço público/Foto: Reprodução

Além de obras físicas, o prefeito também atua em programa sociais como, por exemplo, a doação de 500 vacas para famílias pobres. Também são construídos 250 açudes na zona rural nas propriedades de pequenos produtores e a saúde passa a ser municipalizada, com a contratação de 23 médicos, compra de medicamentos e aparelhos de ultrassonografia, computadores, além de a Prefeitura fazer profundas transformações no Pronto Socorro “Huberto Grandidier”, o único da cidade.

O ensino superior também mereceu o olhar do então prefeito Orleir Cameli, cuja administração, em parceria com a reitoria da Universidade Federal do Acre (Ufac), constrói o pavilhão “Professora Leonila da Silva Rosas”, com dois pavimentos no Campus Floresta. Ainda na área cultural, também em parceria com a Ufac, Orleir resgata a memória histórica da cidade, editando e publicando dois mil exemplares do Álbum Iconográfico “A Cidade de Cruzeiro do Sul – Revisitando o Juruá”. Em abril de 1994, no Clube Samambaia, é exibida a “primeira Mostra Fotográfica Noventa Anos da História de Cruzeiro do Sul”, momento em que 180 cidadãos da comunidade têm seus méritos reconhecido como o diploma “Mérito Cultural dos Nauas”.

A corrida rumo ao Governo do Estado: reconhecimento

O prefeito Orleir Cameli não só reconheceu como foi reconhecido com o oferecimento de inúmeros diplomas, como o de título de “Prefeito de Expressão Nacional Campeão em Administração”, em Recife (PE); Diploma da Loja Maçônica Vanguardeiro do Juruá, reconhecido como prefeito; Diploma da Sociedade de Preservação dos recursos Naturais e Culturais da Amazônia (Sopren), com o titulo de Mestre Preservador, em 20 de abril de 1993. Também foi reconhecido pelo Movimento de Reintegração do Hanseniano (Morhan), por serviços prestados à comunidade como prefeito de Cruzeiro do Sul.

Mas o reconhecimento maior veio da população acreana em geral, quando em, novembro de 1994, é eleito para o primeiro turno da eleição para o Governo do Estado, batendo medalhões da política local, como o ex-governador e então senador Flaviano Melo (MDB) e o médico petista Tião Viana, que era apoiado por ninguém menos que Jorge Viana, então prefeito da Capital Rio Branco. Orleir Cameli vai aos segundo turno daquela eleição contra o morubixaba emedebista, sobre o qual coloca mais de 30 mil votos de vantagens quando as urnas são abertas em definitivo.

Orleir Cameli toma posse como o sétimo governador eleito pelo voto popular e constitucional do Acre em janeiro de 1995, mas vai fazer um governo combatido em todas as esferas, tanto em nível local como nacional, onde o então presidente da República, Fernando Henrique Cardoso, aliado dos petistas acreanos, que começavam na época, como agora, a se aliarem ao PSDB, tratava o Acre e o governador como párias. No entanto, Orleir Cameli consegue ainda realizar obras importantes como as rodovias para Sena Madureira e para Brasiléia, duas de suas obsessões de campanha. Apesar do combate sistemático e seguidos pedidos de cassação na Assembleia Legislativa e também no Superior Tribunal de Justiça (STJ), em Brasília, ele consegue concluir o mandato e entrega o Estado a seu sucessor, exatamente o ex-prefeito Jorge Viana, eleito governador em 1998.

Agora, na condição de ex-governador, Orleir Cameli volta a Cruzeiro do Sul e ao comando das empresas que havia deixado sob o comando de seus irmãos e pais. A política era um ambiente fétido demais para um homem nascido sob o ar puro das florestas e acostumado ao trabalho e ao combate sem trégua à ociosidade e ao desemprego, ele diria a amigos próximos quando indagado sobre as razões de não ter-se candidatado à reeleição (a emenda constitucional que permitiu esse instituto havia sido aprovada em 1997 e, assim como beneficiou o então presidente FHC, poderia tê-lo beneficiado também) e abandonado a política ainda jovem e com aceitação popular em alta. Preferiu voltar à iniciativa privada.

De volta às origens e às atividades empresariais

E as empresas da família já não eram quaisquer coisas. De longe, eram as maiores geradoras de empregos diretos na região e também as maiores pagadoras de impostos estaduais. E tudo começou a partir daquela mercearia fundada por seus pais e o aluguel de um seringal, no baixo Juruá, já em território do Estado do Amazonas Era o seringal “Boa Fé”, arrendado pelos três irmãos por um período de cinco anos, de 1971 a 1975. Os três irmãos, aliás, eram quatro – mas um deles, Édson, faleceu ainda criança no Seringal “Belo Horizonte”, zona rural de Cruzeiro do Sul às margens do rio Juruá e já perto do que é hoje o município de Porto Walter, berço da origem da família Cameli, que começou a partir da união do libanês Mamed Cameli com a senhora Francisca Ferreira, que vêm a ser os pais do patriarca Marmude Cameli. Os avós maternos dos Camelis são Manuel Carneiro de Messias e Elvira Araújo, pais da senhora Maria do Patrocínio, a dona Marieta, esposa de Marmude Cameli, ambos já falecidos.

Na vida empresarial, Orleir Cameli põe em prática o que aprendera na escola formal, já que fora o escolhido para, enquanto os irmãos continuavam a ajudar os pais na lida do seringal, estudar formalmente. Em 1963, com 13 anos de idade, Orleir é levado por seus pais para estudar, sob regime de internato, no Colégio “José de Ancheita”, localizado na então Vila Humaitá (hoje a sede do município de Porto Walter). A instituição era dirigida por padres de origem alemã. Em 1964, após passar dois anos estudando, retorna à casa da família na sede do seringal para continuar ajudando a família no trabalho duro. No entanto, no ano seguinte, em 1965, os pais o aconselham a terminar o ensino básico, agora já em Cruzeiro do Sul, no Seminário São José, dos Irmãos Maristas. Em 1966, regressa ao seringal e ainda permanece até 1968, mas no ano seguinte toda a família deixa a floresta e vai morar na cidade, em Cruzeiro do Sul, onde se dedica ao comércio de estivas em geral.

A ousadia empresarial dos três irmãos Cameli

Uma vez na cidade, já em 1971, os irmãos Cameli se tornam empresários do ramo de beneficiamento de madeira. Eles montam a Madeireira Acácia, sediada no bairro São Salvador, a qual, mais tarde, seria denominada Serraria Cruzeiro Ltda, e que só seria vendida a terceiros em 1978. Antes, no período de 1972 a 1973, em Manaus, Orleir Cameli já administrando a Construtora Ocidente, ganha uma concorrência pública e, no ano seguinte, a empresa constrói 120 casas populares da Companhia de Habitação do Acre (Cohab-AC), com financiamentos da Caderneta de Poupança Aruaque, todas em Cruzeiro do Sul.

No período de 1978 a 1980, a empresa amplia seu leque de atividades e passa a importar e exportar cimento de procedência peruana. Já consolidados como empresários nesta área, os irmãos Cameli, em sociedade com o pai Marmude, criam a firma “Marmude Cameli e Companhia”, a qual, no ano seguinte, constrói, em Mâncio Lima, o hospital “Dr. Abel Pinheiro”. E aí começam novos desafios, com a empresa ganhando experiência em grandes obras físicas e adquirindo máquinas pesadas como tratores florestais, motoniveladoras, rolos compactadores, caminhões basculantes e tratores, além de outros equipamentos pesados.

Em 1982, a empresa adquire balsas e rebocadores para transporte fluvial entre as cidades de Manaus e Cruzeiro do Sul. Nascia ali a Conave, uma Companhia de Navegação a qual, mais tarde, tem sua sede transferida para Manaus, sob a presidência do irmão mais velho, Francisco Messias Cameli, o “Chiquinho”, falecido em Manaus, em maio de 2019, o qual, mesmo avesso á política, pôde assistir o irmão mais moço e o sobrinho chegarem ao posto de governadores do Estado.

Naquele mesmo ano de 1982, a Marmude Cameli constrói sobre o rio Moa a ponte “Adalberto Sena”, ainda em madeira. A empresa também constrói as instalações da Empresa Aeroportuária (Infraero) em Cruzeiro do Sul. Também passa a prestar serviços para a Petrobrás em prospecção de petróleo na bacia amazônica do Acre, Amazonas e Pará, quando os irmãos já reconhecidos como empresários audaciosos passam a ser conhecidos além das cercanias de Cruzeiro do Sul e do próprio Acre.

Já em 1985, a empresa Marmude Cameli e Cia adquire equipamentos e passa investir na indústria de beneficiamento de borracha, obtendo bons resultados e contribuindo para o incentivo à produção numa época em que o trabalho com a seringa na região, como em toda a Amazônia, já estava em declínio. Em 1986, a empresa adquire tratores florestais, estufas e outros equipamentos e passa a atuar no plantio de árvores destinadas ao corte numa indústria de laminados em madeira. Na mesma época, a empresa trabalha na recuperação de 40 quilômetros de estradas do Projeto de Colonização Santa Luzia, área rural de Cruzeiro do Sul.

É também no ano de 1985 que os irmãos Cameli dão um ousado passo na vida empresarial: adquirem uma fazenda no município de Guajará, em território do Amazonas. Trata-se da “Agropecuária Colorado”, onde investem na pecuária e na piscicultura para abastecer o mercado local. A fazenda ganha destaque porque, para o conforto das famílias dos colaboradores que ali trabalhavam, foi construída uma escola, uma mine-usina hidrelétrica, um engenho e a produção de derivados de leite, de hortaliças e frutas, que eram distribuídos gratuitamente entre os trabalhadores.

Em 1987, a Petrobrás contrata a Conave para transportar combustível entre as cidades de Manaus e Cruzeiro do Sul. A empresa muda sua razão social para “Estaleiro Iranduba”, ainda com sede em Manaus, e em 2014 passa a se chamar “Estaleiro Juruá”.

Em 1987, Orleir Cameli viaja aos Estados e, no ano seguinte, ao Japão, em prospecção de novos negócios e para a assinatura de contratos em âmbito internacional. A mercearia fundada por seu Marmude e dona Marieta Cameli havia acabado de ultrapassar as fronteiras do Brasil e os Camelis estavam no topo do mundo. Nada mal para quem havia nascido no interior da floresta, às margens de um rio e num lugar que parecia distante sob todas as formas.

No entanto, ainda havia caminhos à percorrer. Em 1991, por força das atividades empresariais, Orleir Cameli monta residência em Brasília. Em 1992, retorna a Cruzeiro do Sul já consciente do projeto de administrar a cidade na qual sua família passara a ser referência de empreendedorismo e de compromisso com o desenvolvimento e a vida na política deixa de ser uma especulação comum a praticamente todas as campanhas eleitorais para se tornar uma realidade, da qual Orleir Cameli se afasta em definitivo em 1999.

Um ex-governador de volta à iniciativa privada

Depois de retornar a Cruzeiro do sul, o ex-governador Olrier Cameli fixa-se em Manaus e passa a investir em novos negócios. Eládio Cameli, o irmão mais moço, também já é um empresário bem sucedido e estabilizado na Capital do Amazonas, com a Construtora Etam, que passa a comandar em sociedade com os filhos. Francisco Cameli também continua em Manaus na diretoria de sua empresa de navegação, que muda a razão social de Conave para Estaleiro Rio Negro e posteriormente para Estaleiro Juruá, no município de Iranduba.

Em Manaus, já ano 2000, Orleir Cameli constrói um frigorifico para pescado, o “Nutripeixe”. No mesmo ano, Orleir e família, a ex-primeira dama Beatriz Cameli e o filho Linker, retornam a Cruzeiro do sul. Ali, ele continua investindo na pecuária, melhorando o rebanho através de inseminação artificial e corrigindo o solo com aplicação de calcário. Em Cruzeiro do Sul também constrói o frigorífico “Quinder”, para o abate de bovinos, para atender a demanda do mercado local. A Agropecuária Colorado, fundada em 1996, muda de razão social para Construtora Colorado Ltda, em 2000. A empresa detém em seu acervo a pavimentação de 420 quilômetros de estradas, recapeamentos, canais, terraplanagem, sistema viários e pontes.

Em livro, viúva de Orleir revela parte de sua biografia e mostra uma história de sucesso de uma família empreendedora

Um livro de 88 páginas, escrito pela viúva Beatriz Cameli, a “Biografia Cronológica de Orleir Messias Cameli”, além de discorrer sobre a origem da família, com enfoque ao falecido marido, a autora fala das empresas que levam cuja origem têm a marca e os sobrenomes Messias Cameli. “Empresas, embora privadas, são organizações constituídas, onde as pessoas possam trabalhar em conjunto e gerar lucros, que contribuem para o desenvolvimento da sociedade”, diz Beatriz Cameli, também conhecida por Bete, como o marido a tratava entre os mais próximos. “Elas possuem personalidade, missão, visão, história, valores, filosofia, enfim, o espírito, que as regem. Estes são repassados de geração para geração, de pai para filho e de filho para neto e assim por diante”, acrescenta.

“A família Cameli, em especial os três irmãos, Chiquinho, Orleir e Eládio, ampliaram os negócios parea outros ramos e nasceram as empresas: Marmude Cameli e Cia, Agropecuária Colorado, usina de Borracha Cruzeiro do Sul, Fábrica de Laminados, distribuidora de gasolina, transporte e navegação, enfim, organizações que funcionam conforme a necessidade e possibilidade da época”, escreve dona Bete. “Com o passar do tempo, os irmãos Cameli foram impregnando em suas funções e empresas características intrínsecas de um bom serviço: confiança, eficiência, agilidade, responsabilidade e dedicação. Para alcançarem seus objetivos, trabalharam muito, sofreram, inventaram, reinventaram, criaram, descobriram, inovaram e lutaram, aprendendo com os erros e suas experiências”, acrescenta.

Nesses 50 anos, lembra dona Bete, “os princípios e valores dos três irmãos perduram no tempo e espaço, na busca do constante crescimento e do aprimoramento, tornando seus negócios fortes e prósperos. Francisco (Chiquinho) e família com a Conave (transporte e navegação) e o Estaleiro Juruá; Eládio e filhos com a Construtora Etam, ambos instalados em Manaus; Orleir e filhos com a Fazenda Colorado, em Cruzeiro do Sul. Todos considerados empresários visionários da região Norte”.

O segredo de tamanho sucesso empresarial pode estar no fato de que – de acordo com o que escreveu a senhora Beatriz Cameli – mantinham uma relação justa e respeitosa com seus colaboradores, sempre valorizando a mão de obra local, embora muitas vezes sendo necessário chamar profissionais de fora do Estado, sua política sempre foi de qualidade. “Prestar serviços de Engenharia com qualidade, satisfazendo nossos clientes, minimizando os desperdícios e melhorando continuadamente o sistema de qualidade”, pregava Orleir Cameli, como diretor-presidente de suas empresas.

Gladson diz que história da família foi construída com amor e honra

“Anos, dias e horas se passaram, e uma história de coragem, amor e honra foi construída pelas mãos de homens e mulheres que dedicaram suas vidas ao Acre”, disse o atual governador do Acre, Gladson Messias Cameli, sobre a breve biografia escrita sobre seu tio Orleir. “Meu tio Orleir Cameli deixou esse legado em nome da nossa família, e minha tia Beatriz Cameli concluiu este ano a biografia que remete às muitas memórias de fé, trabalho e esperança dos nossos antepassados”, acrescentou.

Em relação ao futuro da família e das empresas, o governador Gladson Cameli disse esperar que as atuais e futuras gerações “permaneçam ancoradas nesta sublime e contínua missão de desafios e conquistas”.

Gladson se emociona e vai às lágrimas ao falar do ex-governador Orleir Cameli -

Gladson e o ex-governador Orleir Cameli, seu tio/Foto: Reprodução

Orleir continua vivo por seu legado político e empresarial

Nas celebrações dos 50 anos das empresas da família, haverá também evocação às memórias de Chiquinho e Orleir, homens conhecidos pela rotina de levantar cedo e trabalhar muito para oferecer conforto e tranquilidade suas famílias, como também para contribuir com o desenvolvimento e progresso do Vale do Juruá. Eram homens que amavam seus familiares e que respeitavam seus amigos e praticavam intensamente a caridade. Aliás, em Orleir Cameli, principalmente, esta era uma de suas muitas virtudes, sempre ajudando aos menos favorecidos, principalmente àqueles que o procuravam constantemente. “Entendia as dores e os sofrimentos deles”, diz dona Beatriz, sobre o marido falecido.

Orleir Cameli partiu de forma prematura numa manhã de sol do dia 8 de maio de 2013. “Foi uma determinação de Deus. Orleir não está mais entre nós, mas todos os empreendimentos, caracterizados por garras, exemplo e determinação empresarial dele e de sua família, continuarão a crescer no espírito de seus descendentes, impulsionados pela força e pelo amor que foi repassado por ele a todos os que fazem ou farão parte no futuro desta grande herança empresa, especialmente, do Vale do Juruá”, escreve dona Beatriz Barroso Cameli.

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