Manex Salsamendi Silva. Este é o nome do acreano que é uma das grandes promessas da delegação que representará o Brasil nas Olimpíadas de Inverno Pequim 2022. Ele, que tem apenas 19 anos, já é um gigante nos esportes de inverno, mais especificamente no esqui cross-country, onde já firmou grandes conquistas como, por exemplo, nos Jogos da Juventude, alcançando a melhor colocação em âmbito sul-americano.
Apesar de o Brasil como um todo não ter cultura de neve se comparado a países europeus, norte-americanos e asiáticos, Manex (pronuncia-se “Manéchi”) não se intimida com isso. O atleta, que nasceu em 24 de julho de 2002 em Rio Branco, e que viajou aos 2 anos de idade para o País Basco, ao norte da Espanha, desde cedo se encontrou no esqui. Com as dificuldades de treinar representando o país que lhe acolheu, resolveu então buscar ajuda do país de berço – e conseguiu.
Atualmente, Manex representa a delegação brasileira – a qual ele nem sabia que existia há uns anos. Como antes só via o esqui como um hobbie, a partir do momento em que entendeu que poderia estar em competições de alto rendimento, resolveu treinar dobrado e se especializar para seguir carreira no esporte. E está conseguindo. Só para ele ter conseguido a vaga na modalidade adulta, por exemplo, o acreano teve de competir com um veterano no esporte, Steve Hiestand, de 37 anos, criado nos Alpes Suíços.
ESQUI CROSS-COUNTRY
Conhecido como “maratona da neve”, o esqui cross-country é um desporto olímpico de inverno criado no século XVIII no qual os competidores percorrem grandes distâncias objetivando completar o percurso no menor tempo possível. Esta é a forma mais antiga de se praticar esqui, e que pode ser dividida em diversas modalidades, dependendo do tipo de critério: velocidade, longas e curtas distâncias, e tempo.
Atualmente, Manex cursa Ciências Física e do Esporte na Catalunha. Segundo ele, não é possível viver apenas do esporte, tendo em vista que não é muito conhecido no país, logo não tem muito investimento.
“Recebo apoio de marca de materiais e a CBDN oferece bolsa-atleta e me apoia nos treinos e competições. Não tenho patrocinadores. Acho que essa oportunidade de ir para os Jogos Olímpicos pode abrir algumas portas e dar mais visibilidade à modalidade”, falou em entrevista ao Yahoo! Esportes, complementando ainda que “os Jogos serão bons para experiência, servirão de motivação para seguir trabalhando para o futuro”, sendo franco quando o assunto é medalha.
Ele passou a ser atleta olímpico graças à esquiadora brasileira Mirlene Picin, que permitiu com que chegasse à Confederação Brasileira de Desportos na Neve (CBDN). Como ele ainda é muito jovem, na Espanha só são oferecidas oportunidades a adultos de altíssimo rendimento.
“Isso me motiva e mostra que, não importa o país, não importa que eu seja do Brasil. Se eu treinar e for consistente, consigo superar países que têm muito mais cultura de neve”, disse o atleta ao Olympics, destacando que os noruegueses e russos têm mais domínio nesta modalidade.
O esquiador terá uma agenda intensa em Pequim, onde disputará nas seguintes modalidades: esquiatlo 15km + 15km masculino no dia 6 de fevereiro, às 2h (horário do Acre); sprint livre masculino no dia 8 de fevereiro, entre às 3h e 7h (horário do Acre); 15km clássico masculino no dia 11 de fevereiro, às 2h (horário do Acre); e largada em massa 50km no dia 19 de fevereiro, às 1h (horário do Acre).