“Crime ligado a nazismo”, diz deputado sobre racismo contra Douglas

Após xingamentos racistas nas redes sociais realizados contra o participante do Big Brother Brasil 22 Douglas Silva, um representante da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) vai acompanhar o advogado do ator, nesta quarta-feira (26/1), no registro de uma denúncia contra o crime.

Em entrevista ao Metrópoles, o deputado Carlos Minc (PSB), que preside a Comissão Permanente de Combate às Discriminações e Preconceitos de Raça, Cor, Etnia, Religião e Procedência Nacional da Alerj, falou sobre o assunto.

O parlamentar explica que o autor do crime foi identificado como alguém de Novo Hamburgo, no Rio Grande do Sul. “É algo mais sério do que parece, um sujeito filho de policial. Está ligado a nazismo e terrorismo. Vamos agir junto à Polícia Federal imediatamente”, afirmou.

Douglas Silva no BBB22

Douglas Silva no BBB22Reprodução/TV Globo

Segundo ele, situações como essa, apesar de sempre terem existido, se intensificaram nos últimos tempos. “A gente precisa fazer um acompanhamento e criar novos mecanismos na Assembleia, até mesmo para esclarecimento e educação da população. É muito triste, em um momento de pandemia, a gente ver o ódio e essa violência tão fortes”, analisou.

Minc afirmou ainda que falas do presidente da República corroboram para este comportamento da população.

“Um presidente que diz que prefere um filho morto a um filho gay, que diz que a filha nascer foi uma fraquejada, que recebe uma deputada alemã [da ultradireita]. A comissão tem visto isso e eu afirmo como um estímulo à impunidade para a população”, acredita.

O caso

Atual integrante do BBB22, Douglas foi alvo de diversas ofensas raciais, que se estenderam também a outros participantes negros da atual edição do programa, como salientou Ricardo Brajterman, advogado de Douglas, ao Metrópoles.

Em um texto anônimo, publicado em 21/1, um blog usou uma foto da Klu Klux Klan e mencionou uma sequência de xingamentos contra Douglas, todos com enfoque racista. A partir da denúncia, a polícia do Rio investiga a situação.

“A gente quer saber qual o intuito dessa pessoa em disseminar a prática criminosa, que no nosso entendimento não é uma injúria racial. Ali é o racismo propriamente dito”, avaliou Daniel Vargas, advogado do gabinete de Carlos Minc (PSB).

PUBLICIDADE