Com menos feriados nacionais em dias úteis neste ano, as perdas do comércio tendem a ser menores que em 2021. Os dados são de avaliação da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) e foram comentados pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Acre (Fecomércio/AC).
De acordo com o consultor da presidência da Fecomércio/AC, Egídio Garó, o comércio varejista sofre com a quantidade de feriados que acontecem ao longo do ano durante os dias da semana, principalmente quando são prolongados e trazem restrição ao faturamento do setor.
“O varejo depende exclusivamente da atividade diuturna para manter suas funções. O ano de 2022 terá poucos feriados, notadamente os de ordem nacional, o que permitirá uma redução significativa de 22% das perdas do comércio, alavancando o excedente operacional em 9%, conforme os dados apurados pela CNC”, explica Garó.
De acordo com a análise, no ano passado, o comércio varejista sofreu prejuízo de R$ 22,11 bilhões; para 2022, a previsão é que as perdas sejam 22% menores.
Ramos
Ainda segundo a pesquisa da CNC, os ramos de atividade em que a relação entre folha de pagamento e faturamento se mostra mais elevada tendem a sofrer os maiores impactos. A estimativa é que, juntos, os segmentos de hiper e supermercados (R$ 3,33 bilhões); de vestuário e calçados (R$ 2,83 bilhões) e o comércio automotivo (R$ 2,63 bilhões), que concentram 55% das folhas de pagamento do comércio varejista brasileiro, respondam por mais da metade (51%) das perdas.
Garó relembra que, caso leve-se em consideração que cada unidade da Federação tem, também, seus feriados internos, os indicadores podem ser melhores. “Promovendo um maior resultado operacional em nível de cada um deles”, finaliza.
Prejuízo de R$ 2,46 bilhões a cada feriado
Atualmente, o calendário conta com nove feriados nacionais: Dia da Confraternização Universal (1º de janeiro), Paixão de Cristo (Sexta-feira Santa), Tiradentes (21 de abril), Dia do Trabalhador (1º de maio), Independência do Brasil (7 de setembro), Nossa Senhora Aparecida (12 de outubro), Dia de Finados (2 de novembro), Proclamação da República (15 de novembro) e Natal (25 de dezembro). Carnaval e Corpus Christi são considerados dias de ponto facultativo.
Em 2021, excetuando-se o Dia do Trabalhador e o Natal (ambos celebrados em sábados, dia de expediente reduzido no varejo), os demais feriados nacionais ocorreram em dias úteis para o comércio, impactando a rentabilidade do setor. Em 2022, as duas datas cairão em domingos e o Dia da Confraternização Universal será em um sábado, reduzindo a sete o número de feriados em dias úteis.
Cada feriado em dia útil gera um prejuízo R$ 2,46 bilhões ao varejo, reduzindo a rentabilidade anual média do setor comercial como um todo em 1,29%. E, considerando todas as atividades econômicas, provoca um impacto de R$ 10,12 bilhões na geração do Produto Interno Bruto (o equivalente a 0,12% do PIB anualizado). Sendo assim, os feriados de 2022 deverão impactar o excedente operacional do comércio em 9,0%.
O presidente da CNC, José Roberto Tadros, lembra que há dois lados da situação. “Apesar de favorecer atividades econômicas específicas, como as turísticas por exemplo, para boa parte dos demais setores da economia a maior incidência de feriados em dias úteis tende a gerar prejuízos, por conta da queda no nível de atividade ou pela elevação dos custos de operação”, afirma Tadros.