Ex-policial civil é condenado a mais de 4 anos de prisão por furtos de armas em delegacia no interior do Acre

O ex-policial civil Maicon Cezar Alves dos Santos foi condenado a 4 anos e 8 meses de prisão, em regime inicial fechado, por peculato. O ex-servidor é acusado de, em junho 2018, ter facilitado a entrada de um boliviano na delegacia de Brasileia, interior do Acre, para furtar armas de fogo. Ainda cabe recurso da sentença junto ao Tribunal de Justiça do Acre (TJ-AC).

Além dessa situação, o servidor foi condenado em 1ª instância pelo sequestro de um trabalhador rural, em 2017. Nesta nova decisão, o juiz Gustavo Sirena também negou o direito do acusado apelar em liberdade, uma vez que respondeu ao processo preso, tendo, inclusive, permanecido foragido por quase 3 anos.

No dia 17 de junho de 2019, um ano após o crime, Maicon Cezar foi demitido. O decreto com a saída dele da Polícia Civil saiu no Diário Oficial do Acre. O g1 não conseguiu contato com a defesa do acusado até esta publicação.

Entenda

A Polícia Civil do Acre confirmou, no dia 18 de junho de 2018, o furto de armas na delegacia de Brasileia, no interior do Acre, e a participação de um servidor. A confirmação foi feita durante uma coletiva na Secretaria de Polícia Civil, em Rio Branco. Inicialmente, a polícia havia negado o ocorrido.

A polícia disse que um boliviano conseguiu entrar na delegacia com a ajuda do policial civil Maicon Cezar. Após o fato, a Segurança Pública enviou diversos agentes para o interior, inclusive da Polícia Militar do Acre (PM-AC).

Na época, o delegado responsável pelo caso, Karlesso Néspoli afirmou que a polícia desconfiou da participação do servidor desde o início. Como não estava mais no período de flagrante, o policial não foi preso após confirmação da participação dele. Ainda segundo Néspoli, foram levadas cinco armas da delegacia na época.

A denúncia do Ministério Público do Acre (MPAC) afirmou que o ex-policial teria planejado o modus operandi, dado acesso ao comparsa ao interior da Delegacia e ao local onde as armas estavam guardadas, bem como inutilizado provas cruciais para o deslinde do crime, ao apagar imagens das câmeras de vigilância no entorno da delegacia.

Os armamentos foram rapidamente recuperados pelas forças de segurança. A linha de investigação da Polícia Civil é de que, caso não houvessem sido recuperadas, as armas teriam sido utilizadas na execução de algum crime em território boliviano.

Sequestro de trabalhador rural em 2017

Conforme denúncia do Ministério Público, no dia 11 de fevereiro de 2017, o policial brasileiro, juntamente com policiais bolivianos sequestraram o trabalhador rural Sebastião Nogueira do Nascimento e o levaram até a Bolívia. Lá, ele foi mantido em cárcere privado por mais de 15 dias.

Os policiais forjaram a prisão do trabalhador rural, sob falsa alegação de que foi preso nas ruas de Cobija. A família tentou diversas formas de conseguir resgatar o homem, mas não conseguiam.

PUBLICIDADE