Entrevista
Em entrevista à TV Gazeta, na última quinta-feira (20), a prefeita de Brasileia, Fernanda Hassem (PT), colocou o seu nome à disposição do Partido dos Trabalhadores na disputa majoritária deste ano, mais precisamente para o Governo do Estado.
Indefinição
Durante o programa Gazeta Entrevista, conduzido pelo jornalista Itaan Arruda, a petista reclamou da indefinição do partido em decidir se o ex-senador Jorge Viana (PT) disputará o Governo ou Senado. Como a tendência e a vontade de JV é disputar o Senado, Hassem disse que estava disponível para o pleito.
Lentidão
A prefeita, no entanto, sabe que a situação não é tão simples. É preciso respeitar a correlação de forças e a conjuntura que a negociata pelas federações vem impondo. A insatisfação da petista parece ter sido motivada muito mais pela “lentidão” do processo do que uma vontade genuína de ir para a disputa.
Abandono
Outro motivo que pode ter levado a prefeita a colocar o nome no tabuleiro, é uma suposta situação de abandono de Brasileia por parte dos parlamentares acreanos, é o que garante um aliado da prefeita. Segundo a fonte, há parlamentares que prometem um determinado montante em emendas e não entregam nem a metade do prometido, há outros que destinam recursos sem “conversar” para saber o que de fato o município está necessitando e outros que não mandam um único real para a cidade.
Apoios
A própria prefeita também enfrenta uma situação complexa com relação as eleições. A tendência é que para a Câmara Federal, ela apoie o namorado, o secretário estadual de Meio Ambiente, Israel Milani (PROS), e para a Aleac, o irmão, Thadeu Hassem (Sem partido). Para o Senado, existe também a possibilidade do apoio da prefeita ir para a sogra, a deputada federal Vanda Milani. Mas há quem garanta que não há nada definido ainda. “Ela pode apoiar o Jorge Viana, não tem nada certo”, garantiu o aliado da prefeita.
Desatando o nó
As negociações entre PT e PSB para formarem uma federação partidária, parece que começou a fluir. Depois da maratona de reuniões entre as direções nacionais das duas legendas, algumas situações, que antes estavam “travadas”, começaram a ser definidas. No Rio de Janeiro, o PT vai abrir mão da candidatura do deputado estadual e presidente da Alerj, André Ceciliano, para apoiar o deputado federal Marcelo Freixo (PSB) na disputa pelo Governo. Em Pernambuco, o nome do Senador Humberto Costa (PT) também deve ser retirado de pauta para dar espaço a um nome do PSB, que pode ser o deputado federal Danilo Cabral ou o também deputado federal Tadeu Alencar. Outra decisão importante é que ficou decidido que onde o PSB governa, a prioridade é dos socialistas, e o mesmo ocorrerá com o PT.
Nó cego
Se por um lado, o nó vem desatando, por outro, o olho do furacão continua sendo São Paulo. Nem Márcio França (PSB) e nem Haddad (PT) abrem mão da candidatura ao Governo do Estado. A alternativa encontrada foi recorrer às pesquisas eleitorais e escolher o melhor posicionado. O que sobra para o derrotado é a disputa do Senado.
Senado
O PSB de Pernambuco, estado com mais influência dentro do PSB nacional, já defende internamente que França dispute o Senado. Apesar do posicionamento não ser divulgado, é algo que vem sendo discutido dentro das instâncias partidárias. O objetivo desse movimento é destravar as negociações sobre a federação e ao mesmo tempo não dar espaço para que o PSB de São Paulo supere o clã pernambucano e domine o partido nacionalmente.
Acre
Com as coisas próximas de se acertarem nacionalmente, é hora do PT sentar com o PSB e definir como ficam as composições pro lado de cá. Definir um plano A (com federação) e um B (sem federação) é urgente para que petistas e socialistas “destravem” suas campanhas. O pré-candidato do PSB ao Governo, o deputado Jenilson Leite e o pré-candidato majoritário do PT, Jorge Viana, precisam acertar o passo. O tempo está passando.