Em menos de 10 dias, foram três os torpedos disparados pela ala mais à esquerda do PT contra a candidatura de Geraldo Alckmin a vice-presidente na chapa de Lula.
O primeiro, um manifesto com mais de 500 assinaturas. O segundo, uma declaração de Luiz Marinho, presidente do PT de São Paulo, ex-ministro de Lula e a ele estreitamente ligado.
O terceiro torpedo está no ar – uma entrevista à Folha de S. Paulo do deputado federal Rui Falcão, ex-presidente do PT e coordenador das campanhas de Lula em 1994 e de Dilma em 2014.
“Lula não precisa de uma muleta eleitoral”, afirma Falcão, que logo se apressa a dizer que não fala em nome do partido. “Alckmin é o contrário de tudo que fizemos e que pretendemos fazer”.
É conservador demais, segundo o deputado. Foi a favor do impeachment de Dilma. E governou São Paulo quatro vezes sem dar a mínima bola para algumas das teses do PT.
Falcão já disse a Lula que é contra Alckmin de vice. Ouviu como resposta que a decisão a respeito caberá ao PT em hora oportuna. Falcão sabe que o PT irá para onde Lula quiser, sempre foi.
Os que desejam ver Alckmin pelas costas prestam um favor a Lula ao se manifestarem. Reforçam a escolha de Lula de se apresentar como candidato de centro, e de governar pelo centro se vencer.
Não existe PT, existe Lula, como admite José Dirceu, ex-chefe da Casa Civil da presidência da República e ex-presidente do partido. A esquerda que pretendeu cavalgar Lula, por ele acabou cavalgada.