Uma pesquisa encomendada pela Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae) mostra que 80% dos bancários da Caixa sofrem de doenças relacionada ao trabalho. Ao todo, 3 mil funcionários do banco participaram do estudo.
Segundo o levantamento, 33% dos entrevistados estão afastados por depressão, enquanto 26% sofrem de transtorno de ansiedade. Outros 13% dos funcionários passaram a apresentar sintomas de Burnout e 11% começaram a ter Síndrome do Pânico.
“Sabemos que a pandemia é um fator que pesa na saúde mental dos trabalhadores. Mas, a atual pesquisa mostra que o adoecimento está atrelado ao trabalho”, analisa Sérgio Takemoto, presidente da Fenae.
“Ou seja, o modo de gestão do banco, as cobranças e a pressão por metas, além de jornadas extenuantes, estão interferindo na saúde dos empregados. Esses dados vão nos ajudar a buscar ações em defesa dos bancários da Caixa, que se mantiveram na linha de frente do atendimento à população em toda esta crise sanitária”, acrescenta.
O levantamento ainda aponta a carga horária exaustiva de trabalho. De acordo com a Fenae, 20% dos trabalhadores afirmaram ter jornada de trabalho acima das 8h diárias previstas em contrato.
“De imediato, com estas informações preliminares, podemos dizer que a Caixa, de algum modo, está fazendo mal à saúde dos seus trabalhadores”, explica Fabiana Matheus, diretora de Saúde e Previdência da Fenae.
Os dados apresentados complementam um estudo feito pelo Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese), que mostram a quantidade de funcionários por cliente atendido. A Dieese lembrou que a Caixa possui 1775 trabalhadores para cada cliente, o menor número registrado entre os principais bancos do país. Os principais concorrentes possuem, em média, 1,1 mil funcionários.