“Janela da discórdia”: temporada para mudança de partido começa nesta semana e deve mudar cenário político do AC

Janela partidária

A tão esperada (ao menos para alguns) janela partidária finalmente vai ter início: começa nesta quinta-feira (3) e vai até o dia 1º de abril. O período é um dos mais importantes dos anos eleitorais, pois tem o potencial de aumentar ou diminuir as bancadas dos partidos na Câmara Federal e nas casas legislativas estaduais. O Senado fica de fora, pois os senadores, assim como os demais cargos provenientes de disputas majoritárias, como governadores, prefeitos e presidentes, podem mudar de partido sem precisar esperar por uma janela.

Segurança

A janela é um mecanismo criado para que deputados federais e estaduais mudem de partido sem correr o risco de perder o mandato.

Troca-troca

Mas mesmo antes da abertura da janela partidária, 39 deputados já mudaram de partido, ou seja, deixaram a sigla pela qual foram eleitos em 2018. Até agora, quem ganhou mais adesões foi o PL do presidente Jair Bolsonaro, que filiou 11 deputados e perdeu 3. Na sequência aparece o Republicanos, que ganhou 4 deputados e perdeu 1. A tendência é que o PL ganhe uma avalanche de novos parlamentares com a janela, um claro efeito da filiação do presidente da República ao partido. Por outro lado, o recém-criado União Brasil, resultado da fusão de DEM e PSL, deve perder alguns de seus deputados. É que sobretudo no PSL ainda há muitos bolsonaristas, e que desejam acompanhar o presidente em sua nova casa.

Comparação

Apesar do número desta legislatura beirar quatro dezenas de trocas partidárias mesmo antes da janela, é um número bem menor quando comparado com a legislatura passada, que teve 117 deputados pulando o muro antes da abertura da janela partidária daquele ano. O dado mostra uma mudança de postura dos parlamentares e também um rigor maior por parte dos partidos.

Motivos

Estão entre os principais motivos das trocas partidárias a questão ideológica e o cenário eleitoral. É que além de escolher um partido que se adeque às suas bandeiras, é necessário também ir pra ponta do lápis e fazer muitos cálculos. É uma questão de projeto político somada a viabilidade eleitoral.

Acre

Aqui no Acre, a janela deve surpreender muita gente. É justo agora que as negociações para a montagem das chapas vão se concretizar -ou não. A força das negociatas, que na maioria das vezes ficam em segredo, vão tomar forma em filiações.

Certezas

Algumas certezas nós já temos, como as saídas de seus atuais partidos das deputadas federais Vanda Milani (Solidariedade) e Mara Rocha (PSDB) e do deputado estadual Manoel Moraes (PSB). O deputado estadual Pedro Longo (PV) também deve deixar seu atual partido, já que ele é da base e líder do Governo na Aleac e quer permanecer nesse campo. É que o PV negocia uma federação com PT, PCdoB e PSB, o que deve colocar o partido na oposição ao governador Gladson Cameli (PP) neste ano.

Incertezas

Se já está certo que alguns parlamentares vão mudar de partido, a incerteza fica por conta de para onde vão. Enquanto a deputada Vanda Milani já está de malas prontas para o PROS, os deputados estaduais Manoel Moraes e Pedro Longo ainda não definiram a nova sigla. Já o caso da deputada federal Mara Rocha é uma história a parte, conto abaixo.

Mara Rocha

Ainda filiada ao PSDB, a deputada federal Mara Rocha não só já tinha o destino definido, como ensaiava uma candidatura majoritária pelo seu provável futuro partido, o PL. O problema é que desde que o presidente Jair Bolsonaro se filiou à legenda, o PL do Acre passou a ser objeto de disputa em Brasília. Com o bolsonarismo ainda forte nas bandas de cá, ser candidato com o mesmo número do presidente virou o sonho de muita gente. O certo é que no ninho tucano, Mara não fica, mas vai ter pouco tempo para viabilizar uma nova casa caso a ida para o PL esteja mesmo descartada.

Mão na massa

Se tem uma coisa que o prefeito de Cruzeiro do Sul não pode ser chamado é de político de gabinete. Zequinha Lima (PP) botou mais uma vez a mão na massa nesse fim do semana. É que o município gerido por ele passa por mais uma cheia e o chefe do Executivo não ficou parado, pegou um barco, colocou o colete da Defesa Civil e foi remando até o encontro dos munícipes que estão sofrendo com a alagação. Zequinha foi ver de perto o que essas pessoas estão passando e oferecer a ajuda da prefeitura.

Na estrada

O deputado estadual Jenilson Leite (PSB) continua com o pé na estrada, fortalecendo sua pré-candidatura ao Governo do Estado. E o que se observa é que ele está mais forte do que nunca. Jenilson passou o último fim de semana na região do Juruá e visitou os municípios de Tarauacá, Feijó, Sena Madureira, Mâncio Lima e Cruzeiro do Sul, onde teve uma extensa agenda. Assim que chegou a Cruzeiro do Sul, o deputado revelou que gastou 16 horas no percusso da Capital até lá pela BR-364. Com a Aleac de recesso pelo Carnaval, ele deve falar disso na semana que vem, durante o retorno das sessões.

Expoacre

Jenilson tem se mostrado muito ativo nas redes sociais e por lá ele e sua assessoria compartilharam boa parte do que fizeram. Entre as muitas agendas, uma chamou a atenção: um café da manhã com Dudé Lima. Para quem não lembra, Dudé era o ‘cara’ do PT, assessor especial do Governo Tião Viana e o mandachuva da maior feira agropecuária do Acre, a ExpoAcre. O curioso é que antes do encontro com Jenilson, Dudé foi convidado por Gladson para fazer a festa de seu governo neste ano e aceitou de pronto. Jenilson, que deve ser adversário de Gladson no próximo pleito, foi muito elogiado por Dudé. Será que esse encontro na “Casa” do atual governador pode mudar a organização da Expoacre de mãos?

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