“Pelo tamanho que o PDT tem, não o vejo fora das disputas majoritárias. Não discutir isso, dentro e fora do partido, não é uma opção”. O comentário é do novo presidente regional da sigla, Emylson Farias. Em natural processo de onboarding, o delegado tem conversado com uma série de lideranças e cuida pessoalmente das chapas que o partido monta para Aleac e Câmara Federal.
Conta que herdou de Luis Tchê, deputado estadual e ex-presidente regional da sigla, um partido estruturado e que o desafio para essas eleições é ampliar ainda mais a performance. Se orgulha de ter excelentes quadros, nas mais diversas localidades do Acre, e revela que o partido vem forte – mas conta, em tom leve, que não quer ser um Luis XIV à frente do partido: quer construir uma gestão horizontal. “Nós somos um partido horizontal, plural e orgânico”.
Tem um dever de casa a cumprir: constrói, à muitas mãos, as chapas que pretende apresentar mais à frente – Emylson evita falar nomes. Mas garante: o partido está mais forte que nas últimas eleições. Refere-se à Michelle Melo, vereadora de Rio Branco, como uma ‘jóia’ do partido, mas faz questão de explicar sua situação.
“Ela nos procurou para colocar seu nome à disposição para o Governo do Acre e, como presidente, acho isso totalmente legítimo. Agora, como te disse: somos um partido horizontal. Isso vai ser discutido internamente”. Discussão essa que não tem nada a ver com a disputa para quem vai indicar o vice-governador da chapa de Gladson Cameli. Uma coisa é uma coisa; outra coisa é outra coisa.
“Isso deve acontecer mais à frente; com certeza, queremos fazer parte dessas conversas. Mas não é o momento. O partido tem um dever de casa a cumprir. Eu não vejo o PDT fora dessas conversas. Pelo tamanho que o PDT tem, não o vejo fora das disputas majoritárias. Não discutir isso, dentro e fora do partido, não é uma opção. Mas esse momento não é o ideal. Vejo esse momento como o melhor momento para fortalecer as chapas do partido porque isso nos dará base”.
Para essa conversa futura, Emylson revela ter, inclusive, outros bons nomes – como o de Michelle. Mas isso é conversa para outra coluna.
Mulheres
Três boas mulheres, com boa densidade eleitoral, devem disputar a Câmara Federal pelo PDT. Palpites?
Ciro Gomes
Presidenciável do PDT, Ciro Gomes terá palanque no Acre, garantiu Emylson. Garante ainda que são muitas as chances de Ciro fazer campanha no Estado. Uma excelente engenharia em torno disso está sendo montada. Engenharia essa que também será pensada no Acre, com as próximas definições do partido.
Gladson Cameli
Apesar dos rumores – que Emylson faz questão de deixar claro que são apenas isso, rumores – o presidente da sigla deixa claro que, hoje, o partido faz parte da base do governador Gladson Cameli (Progressistas-AC). Falou isso com todas as letras. Mas explica que precisa respeitar as decisões de todos os membros do partido e levar certas discussões à mesa, pois esse é o seu modelo de gestão e acredita que é assim que as coisas devem ser tocadas: na base da democracia e horizontalidade.
Gilson Pessoa
Ex-prefeito de Senador Guiomard, Gilson Pessoa (SD), colocou nome à disposição do partido para disputa à Aleac. Isso já é sabido. Mas, agora, ele me revela sangue nos olhos para um outro objetivo. “Meu desejo é disputar a prefeitura em 2024. Tenho andado bastante conversando com os amigos”. Os demais postulantes que se cuidem.
Branca Menezes
Ex vice-prefeita da cidade, Branca é mais cautelosa nessas eleições. Ainda está discutindo a possibilidade junto ao partido, o PSDB. Sobre a prefeitura em 2024, ela afirma: “Acredito que não seja o momento. Tem outras lideranças políticas fortes com esse mesmo projeto”.
Eleições 2024
Gilson e Branca tiveram uma agenda, juntos, na sexta-feira (4). Será que vem dobradinha por aí? Somados os votos de ambos, emplacariam o primeiro lugar nas últimas eleições. Se alguém me trouxer o assunto dessa conversa, libero aqui o nome de mais um interessado na prefeitura do pacato Quinari. Já me confirmou e tudo,
Eleições no interior
É engraçado ver como as pessoas acham que as eleições no interior são decididas em fatores que estão se tornando cada vez mais obsoletos. Pouca gente liga de verdade para a comunicação, o marketing, estratégias e planejamento. É por isso que podem até possuir boa estrutura, mas patinam.
Eleições 2020
Lembro que, quando trabalhei nas Eleições 2020 lá no Rio de Janeiro, consegui uma lista com milhares números de WhatsApp de uma comunidade através de estratégias de ads e com uma verba irrisória: R$ 100. Exemplo dos mais bobos, mas funcionais. Quando os candidatos do Acre vão realmente ligar mais para as estratégias digitais e menos para pessoas balançando uma bandeira no sinal, entrega de panfleto nos terminais ou um bobo da corte orquestrando ataques a adversários através das redes?
Gabriel Santos
Se o ativista político e empresário Gabiel Santos vier à Aleac nessas eleições, acredito que será uma dessas pessoas a focar no digital. Participei, de longe, de uma de suas campanhas e achei disruptivo. Com a maturidade que tem hoje, e se achar um partido que dê legenda, acredito que Gabriel entraria.
Horário das eleições
Sérgio Petecão (PSD-AC) é autor de um projeto que pode fazer o Senado sustar resolução do TSE que determina a realização das eleições de outubro no horário de Brasília para todos os estados. De acordo com Petecão, a norma da justiça eleitoral ‘prejudica os eleitores do estado por desrespeitar o fuso horário’. Quem defende essa bandeira na Câmara Federal é o deputado Flaviano Melo (MDB-AC).
Pernambuco
PT e PSB chegaram a um acordo em Pernambuco: senador Humberto Costa (PT-PE) anunciou a retirada de sua candidatura em favor de um nome a ser indicado pelo governador Paulo Câmara (PSB). Que legal. Falta, agora, só um acordo em quatro estados: Acre, Espírito Santo, Rio Grande do Sul e São Paulo, que dizem ser a pior pedra no sapato dos partidos que querem se unir.
Acre
“O PT só tem um candidato majoritário: Jorge Viana; Governo ou Senado. O resto é especulação. Qualquer coisa fora disso, é mera especulação. Quem quiser especular, fique à vontade”. Do presidente regional Cesario Campelo Braga.
Cesario Campelo Braga
Com a afirmação, Cesario quer confirmar duas coisas: primeiro que não existe nenhuma discussão com outro pré-candidato que não seja o Jorge – e isso inclui lideranças de outros partidos; e segundo, Fernanda Hassem não é pré-candidata ao Governo. Sobre a prefeita de Brasileia, aliás, Cesario diz que está tudo dentro dos conformes. “Fernanda não sai não, nego véio (sic). O PT segue unido. Firme e forte”.