Parece inacreditável como ideias desumanas, racistas e genocidas ainda são defendidas e expostas nas mídias em pleno século XXI. Nazismo, Fascismo, Antissemitismo, Comunismo e outros ainda permeiam a sociedade e parece estar se acendendo cada vez mais. No Brasil, isso ficou evidente no caso do Monark, desligado do Podcast Flow. Nada justifica a defesa nem a possibilidade de criação de um partido nazista, mesmo em nome das liberdades. Liberdade de expressão não é uma ilimitada e irrestrita expressão de palavras e ideias de forma irresponsável e criminosa. Tem seus efeitos colaterais.
Isso não foi apenas um caso isolado, mas sim, mais uma das centenas de casos de tentativa de minimizar os cruéis e horrendos fatos históricos que devastou milhares de vidas na tentativa de eliminar uma cultura e um povo, não só os judeus, como os ciganos, homossexuais, negros e religiosos. Vemos dias atrás também, a atriz e apresentadora Whoopi Goldberg tentando relativizar o holocausto em sua fala. Segundo ela, o holocausto não foi sobre racismo, mas sobre dois grupos de brancos rivalizando, sendo uma causa de humanidade e não de racismo. Equivocadamente ela entende que só existem na humanidade os brancos e os pretos, polarizando a questão.
A mídia, seja em tempos remotos, mas principalmente agora, em que o desenvolvimento tecnológico facilita e distribui o acesso a uma vasta gama de informações, tem seu papel de influência sobre o coletivo. Sua força de cooptar pessoas e ativistas em prol de uma causa só é reforçada mediante declarações de pessoas de autoridade e influência e que, para tanto, utilizam dos meios de comunicação. Desde a ascensão do partido nazista de Hitler ao poder na Alemanha que Joseph Goebbels – responsável pelas propagandas antissemitas – notamos o poder da propagação de ideias perniciosas e também subliminares contra os judeus. Refiro-me a esse grupo para me ater ao que tem sido exposto na mídia.
As liberdades individuais não podem dar o direito de ferir a liberdade do outro ou de um grupo. Principalmente quando a ideologia defendida é algo que viola os direitos humanos e o direito de existir, como no caso do Antissemitismo. Seis milhões de judeus mortos no holocausto, mais de um milhão foram crianças. Foi a mais degradante e humilhante guerra dos horrores já vista na história recente da humanidade. Em número, perde apenas para o Comunismo, que matou mais de cem milhões de pessoas em vários países em que o regime foi adotado. Está acendendo o debate também sobre a criminalização do Comunismo como ideologia e formação de Partidos, o que é uma discussão pertinente.
Em sociedades modernas e democráticas, não há espaço para ideias totalitárias e genocidas. Há quem pense que não existe mais ditaduras no mundo. Há quem pense que não existe mais nazistas na Alemanha. Há quem pense que não existe mais comunistas ou socialistas na Rússia ou países da ex-União Soviética. Há quem pense que não existe defensores de ditadores e sanguinários. Há quem pense que não existe mais ódio contra judeus pelo simples fato de eles serem judeus. É só olhar para as mídias e ver as notícias de perseguições e ataques contra eles, seja em Londres, Nova Iorque, Oriente Médio ou no Brasil, principalmente os grupos neonazistas.
Há também quem negue que houve o holocausto, sendo um dos principais defensores dessa ideia o ex-presidente do Irã Mahmoud Ahmadinejad. A ideia de destruição dos judeus como povo ou Estado é muito difundida ainda, principalmente nos países árabes e os defensores dos palestinos.
Enquanto houver ideias como o antissemitismo, vamos caminhando para a destruição da civilização como um todo. Se não frear essa onda de violência em vários níveis, iremos nos defrontar em nível de Estados Nacionais com a Terceira Guerra Mundial. A democracia está sim corroída e ameaçada. E, no caso do jovem que defendeu a existência de um partido nazista regulamentado e o direito de ser contra os judeus, não dá para culpar tal defesa alegando estar sob o efeito de drogas. Drogas mesmo são essas ideologias que destruíram pessoas, sonhos e ideais e ainda ameaçam as minorias no mundo. Só resta seguir a mensagem de amor ao próximo que o maior de todos os judeus, Yeshua (Jesus) deixou: “amai ao próximo como a si mesmo” e “Pai, perdoa, eles não sabem o que fazem”.