O prefeito Tião Bocalom decidiu nesta terça-feira (29), após uma intensa reunião com a equipe econômica da Prefeitura de Rio Branco e sua base na Câmara Municipal, que vai pagar o reajuste de mais de 33% aos professores da rede pública de ensino.
O aumento com retroativo de janeiro será pago em duas parcelas aos docentes: a primeira em maio e a segunda em novembro, como pediu o Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Acre (Sinteac). A proposta inicial dada pelo executivo municipal era de fazer o pagamento até janeiro do próximo ano, mas não foi acatada pela categoria.
Além do benefício aos professores, o prefeito também deve conceder aos demais funcionários de apoio da Educação o aumento de 20%. Os de nível fundamental passarão a ganhar R$ 1.400, acrescidos de R$ 50 do PEQ (Prêmio pela Elevação da Qualidade da Aprendizagem); e os de nível médio, que hoje recebem R$ 1.032, irão receber R$ 1.500, por 30 horas semanais.
Bocalom espera que o Sinteac aceite a proposta e encerre a greve no município para que as aulas retornem o quanto antes.
“Fizemos o possível e decidimos que vamos pagar o reajuste em duas parcelas, sendo a primeira em maio, com retroativo de janeiro. Esperamos que o sindicato aceite nossa proposta. Se essa proposta não for aceita, a greve deixa de ser uma reivindicação de direitos para se tornar um movimento político”, destacou em entrevista ao ContilNet.
“As crianças precisam voltar para a escola. Os pais estão reclamando dos atrasos na aprendizagem. Tomara que a partir de agora as categorias pensem sobre o nosso esforço. Foi uma vitória significativa para os profissionais”, reforçou.
O reajuste causará um impacto anual de aproximadamente R$ 70 milhões, é o que prevê o prefeito.
Questionada por nossa reportagem se a contra-proposta por parte da prefeitura marcaria o fim da greve nas escolas, a presidente do Sinteac, Rosana Nascimento, disse que o movimento continua já que o prefeito não garantiu o aumento que foi sugerido pelo sindicato para os profissionais de apoio. A proposta do Sinteac é que os trabalhadores avancem para R$1.800 – e não R$ 1.400, como definiu a prefeitura.
“A greve só acaba quando as nossas reivindicações forem atendidas. Não basta contemplar os professores. Por enquanto, a greve está mantida, mas vamos continuar dialogando”, destacou a militante.
Reajuste de até 40% aos demais servidores
Outras categorias também foram beneficiadas com os aumentos que chegam a 40%, incluindo médicos, engenheiros, auditores, agentes de endemias, aposentados e demais técnicos.
As propostas serão levadas à Câmara Municipal de Rio Branco para apreciação dos parlamentares e possível aprovação.