O mundo se prepara para novos tempos e mudanças na economia mundial. Os Estados Unidos estão tomando ações que impõe sanções sobre a Rússia, no entanto acaba ajudando tanto a Rússia, quanto a China. A Rússia passa agora por severas sanções econômicas muito maiores do que a de 2014. Moscou tem uma imensa reserva de petróleo e estão se fortalecendo internamente e aprendendo a fazer “uma jangada com poucos paus”. Ou seja, em todas os setores em que empresas estrangeiras estão se retirando ou países estão cancelando as importações, estão tendo que fazer o dever de casa e promovendo uma reengenharia industrial, produtiva e na economia.
Os preços do barril de petróleo estão oscilando. Teve um aumento brusco, no entanto a recomendação dos Estados Unidos para diversos países (incluindo o Brasil), é que aumentem sua produção interna, forçando o mercado reduzir a demanda e os preços voltarem a cair. Parece estranho, mas é o que está acontecendo.
A Rússia foi retirada do Sistema Swift, em que centenas de empresas de vários países utilizam para realizar suas transações comerciais. Esse era, segundo especialistas, o maior temor da Rússia e que isso poderia sim frear as ações de Putin. Essa medida seria bastante ofensiva e prejudicaria países da Europa que fazem negócios com a Rússia, a exemplo da Alemanha. No entanto, essa sanção acabou sendo recebida pela Rússia como uma maneira de rompimento mais amplo com o Ocidente e uma aproximação maior com a China, pois a Rússia já solicitou uma ajuda econômica da gigante chinesa. O Presidente da China, Xi Jinping, se mantém parceiro da Rússia e já se pronunciou que está sendo um grande peso que terão que carregar daqui em diante.
A Índia, por exemplo,anunciou seu novo sistema financeiro, para que continue mantendo suas relações comerciais com a Rússia. Eles também anunciaram que está negociando com a Moscou o preço e a logística do transporte de petróleo com desconto. Está agora mais do que nunca ampliada a divisão e polarização entre o Oriente e o Ocidente. Com isso, muda-se a face geoeconômica do planeta.
Com isso, o Brasil, a China, Índia, a África do Sul (BRICS), mais a Arábia Saudita se opõem relativamente às sanções indiscriminadas impostas pelo Ocidente contra a Rússia. Moscou já demonstrou satisfação com o posicionamento de forma mais neutra do Brasil em relação à Rússia, apesar de não ter tanto interesse no país.
Estamos prestes a ver um deslocamento do eixo das economias mundiais saindo do Ocidente para o Oriente, pondo a China e Arábia Saudita como novos centros comercias da nova economia. Essa projeção já vem sendo discutida e negociada desde 2015 pelos dois países e faz parte do ambicioso projeto da Nova Rota da Seda pela China.
Será o fim do dólar? O petrodólar (moeda de referência nas relações comerciais estabelecidas entre um país comprador de petróleo) e o dólar estão sendo abalados. A Arábia Saudita, sendo a maior produtora de petróleo do mundo, responsável por 25% de sua exportação para a China, está em processo de efetivação do acordo de aceitação da moeda chinesa, o Yuan nas transações de petróleo.
Será agora o “petroyuan” no lugar do “petrodólar”. Uma nova ordem se estabelece e novos tempos na história geoeconômica e geopolítica mundial.