Turbilhão de fatos políticos desta terça-feira pode mudar tudo no tabuleiro das eleições no Acre

Parou

Assim como o filme “O Dia em Que a Terra Parou”, de 1951, o Acre também teve seu momento de perplexidade nesta terça-feira, 15 da março de 2022. Se no filme, um clássico do Sci-Fi dirigido por Robert Wise, a história se passa em torno da visita de um alienígena à Terra que queria impor seu plano de paz entre os povos do planeta, o dia que parou o Acre não teve nada a ver com ET’s, e sim com um turbilhão de fatos políticos de cair o queixo.

Passa ou repassa

Nesta terça foi dada como certa a saída do governador Gladson Cameli do Progressistas. Não só a saída, como também a filiação a outros dois partidos, primeiro ao PL e depois ao União Brasil. Ao fim do dia o governador parece ter desistido da ideia (ao menos por enquanto) e disse ao ContilNet que fica no Progressistas.

Saída

O motivo para a saída do governador do partido seria a não desistência da senadora Mailza de disputar a reeleição. Com o PP na cabeça de chapa do Executivo e do Senado, Gladson não teria poder de barganha para negociar com aliados.

Mazinho

Outro fato surpreendente desta terça foi a ida do prefeito de Sena Madureira, Mazinho Serafim, para o PL. O partido do presidente Jair Bolsonaro chegou a ser comandado por um breve período pelos irmãos Rocha aqui no Acre, mas agora está sob a égide do senador Márcio Bittar, depois de uma breve disputa pelo comando da sigla em Brasília.

Da oposição para a situação

Um dos inúmeros fatos curiosos dessa ida de Mazinho para o PL é que o partido está na base de Gladson. Pra quem não lembra, o prefeito de Sena era o inimigo político número 1 do chefe do Executivo estadual até pouco tempo atrás. Há alguns meses o prefeito cessou os ataques, mas continuou no campo da oposição, mesmo estando no MDB, um partido, à época, governista. Agora ele diz que se entendeu com Gladson e que volta com tudo para os braços do governador. Com ele, vem também para o PL e para a base a sua esposa, Meire Serafim, que assim como ele era do MDB e foi a deputada estadual mais votada da última eleição.

MDB

Enquanto o agora seu ex-partido, o MDB, estava na situação, Mazinho era oposição. Agora, que o MDB foi para a oposição, Mazinho virou situação. Um paradoxo complexo de se tentar entender.

De governador a prefeito

Mais um fato interessante em toda essa negociata é que Mazinho Serafim vinha construído sua candidatura a deputado federal com muito afinco desde muito tempo. Tudo mudou quando há poucos dias ele desistiu da Câmara Federal e colocou seu nome como pré-candidato ao Governo do Estado pelo MDB. Agora, ao que parece, ele não quer mais disputar cargo nenhum. A nova estratégia é lançar sua esposa, Meire Serafim, para a disputa de uma cadeira na Câmara Federal enquanto ele continua como prefeito. Um giro completo.

Pulou do barco

E não para por aí. Com Mazinho no PL e na base de Gladson sobrou também para outro pré-candidato ao Governo, o senador Sérgio Petecão (PSD). Aliado de primeira hora de Petecão, a ida de Mazinho para o barco governista deixou o senador aturdido: “Não acredito”, disse ao ContilNet.

Rochas

E por falar no agora ex-partido de Mazinho, o MDB, hoje foi o dia da filiação dos irmãos Major Rocha e Mara Rocha à legenda. Com muita expectativa em torno dessas filiações, o evento foi mais um fato político que marcou esta terça-feira.

Candidaturas

Mesmo que não tenha sido tratada em público como ficará as questões das candidaturas majoritárias dentro do partido, as entrelinhas deixaram escapar algumas suposições. Para o Senado, não tem pra ninguém, é Jéssica Sales e ponto final. Já para a disputa do Governo, parece que a coisa complicou para Emerson Jarude, vereador da Capital e pré-candidato a governador. Mara Rocha chegou com gosto de gás e deve ganhar a disputa interna. É preciso arrumar uma saída honrosa para Jarude, que vinha construindo de forma consistente sua pré-candidatura.

Aliados?

Presente no ato de filiação dos irmãos Rocha, o senador Sérgio Petecão fez um discurso de união. Como a probabilidade do PSD do senador se juntar com o MDB ainda no primeiro turno é baixa, sua presença ali tinha um caráter muito mais simbólico do que de negociação. Ele estava ali para demarcar o campo das oposições. O recado dado é que no segundo turno, essas forças políticas devem se juntar para enfrentar Gladson Cameli.

Entregou

Quem também pode estar indo para a oposição do Governo Gladson é o Podemos, sigla com a maior bancada da Assembleia Legislativa, quatro deputados. O líder do partido na Aleac, o deputado Fagner Calegário, disse hoje na tribuna da Casa que o partido vai entregar todos os cargos que tem no Governo para poder se posicionar de forma livre e independente no parlamento estadual. Vale lembrar que o partido, do presidenciável Sérgio Moro, vem ensaiando disputar o Governo do Estado. O nome mais cotado é o do ex-presidente da Aleac, Ney Amorim.

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