Universitário de Manaus investigado por furtar R$ 27 mil por pix diz que médica passou as senhas bancárias

Um estudante de medicina de 26 anos investigado por suspeita de estelionato após furtar mais de R$ 27 mil por pix de uma médica, em Manaus, disse que a própria médica que fez a acusação passou as senhas bancárias para ele. Em entrevista à Rede Amazônica, ele afirmou que o pagamento era referente a plantões que teria feito junto com a médica e também no lugar dela.

A médica de 25 anos registrou o Boletim de Ocorrência sobre o furto na terça-feira (8), no 25º Distrito Integrado de Polícia (DIP). Ela contou que as transações aconteciam quando ela emprestava o celular para o colega fazer ligações, durante os meses de janeiro e fevereiro deste ano.

“Desde quando ela se formou em 2021, ela veio com uma promessa de que eu não trabalharia de graça, ela iria me remunerar ao longo desse período. Então, no início, ela pagava direitinho, só que de um tempo para cá ela chegou a não mais pagar. Pela nossa amizade, eu não cobrava”, afirmou o estudante.

Ele contou que, em pagamento por ter sido deixado sozinho nos plantões, a médica fez as primeiras transferências. Depois, ela teria passado as senhas para que ele realizasse o repasse do dinheiro.

“Depois, com total confiança, ela me passava, ‘(…) faz para ti, a senha é essa, tal e tal’. Foi exatamente isso que aconteceu, então a questão que ela está falando agora que eu peguei o celular dela, descobri a senha dela de qualquer forma, isso não é verdade. A senha quem deu foi ela mesmo. E as primeiras transferências foi ela mesmo quem fez, não eu”, contou.

Ele também disse que o pagamento foi transferido para um amigo porque não tinha pix:

“Na conta que eu uso agora, não tinha pix. Então, o mais provável era enviar para alguém, e depois a pessoa transferia normal”, disse. No entanto, o estudante não explicou porque fazia isso, já que não é necessário ter pix para receber transferências.

Ao contrário do que disse na delegacia, quando afirmou que devolveria os valores, ele disse que só vai devolver o valor que excedeu um suposto acerto entre ele e a médica.

“Se tiver que devolver realmente eu vou devolver somente a parte que não estava no acerto com ela, mas o total, integral, não vou ressarcir em nada. Não vou ressarcir não. Se realmente caber, a gente vai devolver”.

Por fim, ele ainda disse que pode entrar na justiça contra a médica: “Por danos morais, porque se esse problema realmente tivesse acontecido, ela devia primeiramente ter falado comigo, não exposto nas redes sociais”, afirmou.

Entenda o caso

O estudante de medicina de 26 anos, da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), está sendo investigado pela Polícia Civil por suspeita de estelionato. Ele emprestava o celular de uma amiga e fazia transferências por PIX, sem que ela soubesse, que totalizaram R$ 27,5 mil.

Os valores das transferências variavam entre R$ 1 mil e R$ 6 mil. O dono da conta que recebia os valores era outro colega do suspeito (veja detalhes abaixo). A médica relata que começou a desconfiar do colega quando notou que a última transferência havia sido realizada justamente na mesma hora em que ela tinha emprestado o celular para o estudante.

Ainda segundo a vítima, pelo grau de proximidade que os dois sempre mantiveram, ela não imaginava que o universitário poderia retirar dinheiro de sua conta sem a sua permissão.

O caso está sendo investigado pelo 25º DIP — Foto: Ana Graziela Maia/G1AM

O caso está sendo investigado pelo 25º DIP — Foto: Ana Graziela Maia/G1AM

Universitário confessou crime

Após o registro de boletim de ocorrência, o suspeito foi chamado para depor no 25º DIP, e confessou o crime.

Inicialmente, ele afirmou que o dinheiro era encaminhado para a conta de um outro colega, o qual ele também enganava. Segundo a polícia, o estudante de medicina dizia ao amigo que estava sem conta bancária e que, por isso, precisava da conta dele emprestada para receber valores de um suposto estágio.

Ainda segundo as autoridades, o jovem teria dito que estava arrependido e afirmou que pretende ressarcir toda a quantia desviada.

Durante as investigações, a polícia identificou que o estudante também responde a um processo pelo crime de furto qualificado, em que é acusado de ter furtado o notebook de uma professora da UEA.

O jovem responderá em liberdade pelo crime de estelionato e ficará a disposição do Poder Judiciário.

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