No último dia 4, indígenas de todas as regiões do país deram início à 18ª edição do Acampamento Terra Livre (ATL). Com o tema “Retomando o Brasil: Demarcar Territórios e Aldear a Política”, o evento nacional se concentra em Brasília até dia 14, mesmo período em que o Congresso Nacional e o governo federal pautam a votação do Projeto de Lei 191/2020, que abre as terras indígenas para a mineração, exploração de hidrocarbonetos, como petróleo, e a geração de energia elétrica nestes territórios. Eles protestam também contra o Marco Temporal, que esta em julgamento no Superior Tribunal Federal (STF).
No Acre, o acampamento teve início na segunda-feira (10), com uma agenda que começou com uma concentração na Universidade Federal do Acre (Ufac) e depois, os povos originários saíram em caminhada por órgãos públicos do estado, começando por uma parada em frente à sede da Fundação Nacional do Índio (Funai), onde não foram recebidos, segundo disse a Dinassi em entrevista ao ContilNet. Lá eles reclamaram do orçamento para a instituição que foi cortado.
“Nossa primeira parada foi na Funai, onde não fomos recebidos. Ficamos lá por três horas e não nos atenderam, mas fizemos nosso protesto. Seguimos por Ministério Público, onde também nos receberam muito bem e nos explicaram como o órgão pode nos ajudar nessa pauta”, explicou.
A manifestação conta com 10 delegações de vários municípios acreanos, com representação da maioria dos 16 povos e se estende até dia 14, com diversas programações.
“Nós queremos que a população e autoridades entendam que nós somos o povo originário dessa terra, não podem nos tirar direitos. Sem terra não somos nada”, disse Dinassi.