Após declaração de Lula, veja o que os candidatos pensam sobre aborto

Considerado polêmico e “afugentador” de votos, o tema da descriminalização do aborto encontra pouca defesa explícita entre os presidenciáveis. Exceto pela declaração do ex-presidente Luiz Inácio Lula  da Silva na última terça-feira, segundo quem “toda mulher deveria ter direito ao aborto no Brasil”, apenas Ciro Gomes demonstra aderência à pauta.

O presidente Jair Bolsonaro, o ex-governador de São Paulo João Doria e, menos enfaticamente, Simone Tebet são contrários à descrminalização. Confira as declarações que os principais pré-candidatos à Presidência já deram sobre o tema:

Jair Bolsonaro (PL)
“Que Deus olhe pelas vidas inocentes das crianças colombianas, agora sujeitas a serem ceifadas com anuência do Estado no ventre de suas mães até o sexto mês de gestação, sem a menor chance de defesa. No que depender de mim, lutarei até o fim para proteger a vida de nossas crianças!”, sobre a descriminalização do aborto na Colômbia em fevereiro de 2022.

“Lamento profundamente pelas vidas das crianças argentinas, agora sujeitas a serem ceifadas no ventre de suas mães com anuência do Estado. No que depender de mim e do meu governo, o aborto jamais será aprovado em nosso solo. Lutaremos sempre para proteger a vida dos inocentes!”, quando o Congresso da Argentina aprovou a legalização do aborto até a 14ª semana de gravidez, em 2020.

Ciro Gomes (PDT)
“Aborto é uma tragédia humana, social, moral, religiosa, mas eu acho que o Estado não tem nada que se meter para agravar essa tragédia, a não ser para proteger, para agasalhar, para aconselhar, para arranjar alternativas de adoção. Mas, no fundo, quem deve decidir isso é a mulher”, em evento em Fortaleza em 2019.

“Acho que a mulher tem direito ao respeito a seu próprio corpo. O aborto é uma tragédia humana, social, mas, antes de tudo, é uma tragédia de saúde pública. As ricas fazem [aborto] na hora que querem nas clínicas clandestinas, sem problemas, e as pobres estão morrendo. Tenho certeza que se o Estado acolhesse, aconselhasse, oferecesse uma adoção, se fizesse a mediação dos traumas familiares que as adolescentes experimentam ao se verem grávidas sem planejar, a quantidade de abortos cairia profundamente”, em entrevista à BBC Brasil em 2019.

João Doria (PSDB)
“Sou contra (a descriminalização do aborto), exceto em casos em que mulheres estupradas devam ter o direito ao aborto. Fora disso, deve-se preservar a lei como está”, em entrevista à revista Época em 2017.

Simone Tebet (MDB)
“Esse é um dos poucos temas em que tenho uma posição conservadora. Sou católica, estudei em colégio de freiras e entendo que a vida se dá a partir da concepção. O direito da mulher sobre o próprio corpo vai até onde começa o direito do outro. Sou favorável ao aborto legal (nos casos de estupro, de risco de vida para mãe e feto e de anencefalia)”, em entrevista ao portal UOL em 2019.

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