Com o assunto eleições a todo vapor, e a possibilidade de uma grande aliança de partidos contra Gladson Cameli em um eventual segundo turno, o que mais me chama atenção é que, de esquerda a direita, o governador do Acre tem simpatizantes.
Dentro do Partido dos Trabalhadores, a prefeita de Brasileia Fernanda Hassem é aliada. O noivo Israel Milani disputa cargo de federal por um dos partidos da base de Gladson, junto do irmão Tadeu Hassem que disputa a Aleac pelo mesmo partido. Em Mâncio Lima, o prefeito Isaac Lima (PT) quebrou todos os protocolos, no início do mês de março, anunciou apoio à reeleição de Gladson e foi destaque na imprensa local.
Já no MDB, os irmãos Tanízio e Tamir Sá são Gladson ‘até o tutano’, como uma vez me disse Tanízio, que renunciou à prefeitura de Manoel Urbano para ser candidato à Aleac. Seu irmão é prefeito de Santa Rosa. No glorioso do dr. Ulysses, ainda tem casos como o do tradicional Pádua Bruzugu, que pediu licença do partido para apoiar a reeleição de Cameli.
Aliado de primeira hora de Mara Rocha, o prefeito de Epitaciolândia Sérgio Lopes (PSDB) quase foi para o MDB, partido que abrigou sua deputada. Não sei exatamente o que falou mais alto, mas membros daquela gestão afirmam que o prefeito tem preocupação com sua relação com Gladson. O PSDB faz parte da base do Governo.
A gestão de Gladson também tem simpatizantes nos municípios de Plácido de Castro, governador por Camilo Silva (PSD) onde o governo investe a todo vapor em ramais e pontes; Xapuri, chefiado pelo petista Bira Cavalcante (PT) que foi só elogios ao governo na festa da tão sonhada Ponte da Sibéria; e por aí vai.
O jeito de Gladson administrar atrapalha essa articulação toda da oposição. Para maquinar uma frente com objetivo de derrotar o governador, essa galera precisaria, primeiro, ajeitar a própria casa. Ou será que eu estou errado?
Vanda Milani
A deputada federal Vanda Milani esteve com Gladson no evento que prestigiou os jornalistas acreanos. Ambos trocaram elogios. Em nenhum momento sob os holofotes, o assunto da exoneração dos nove cargos de Vanda dentro do Governo do Acre foi tocado.
Qualquer pergunta
A todos os jornalistas presentes no evento, Gladson disparou: “Podem fazer qualquer pergunta. Vamos. A hora é agora”. Quem fala assim, não costuma gaguejar.
Gargalo
No encontro, elegeu o quesito emprego como maior gargalo do estado e elogiou a bancada de parlamentares do Acre. “São graças a eles que estou aqui. Política é isso. Alguns que me criticaram ontem, estão compondo mesa comigo hoje. O nome disso é democracia”.
Forasteira
“São Paulo atrai candidaturas de ‘forasteiros’ para a eleição de outubro”. É assim que está intitulada reportagem do UOL que traz a acreana Marina Silva e outras figurinhas da política. Querem tentar por São Paulo uma volta ao poder.
Câmara de RB
Verdade que um diretor na Câmara de Rio Branco está ganhando proventos maiores que os de um vereador? Aos juristas de plantão: isso não implica em nada? São só algumas dúvidas. Acordei curioso.
Juristas
O legislativo de um município do interior do Acre designou um membro do executivo a uma viagem e ainda determinou pagamento de diárias. Pode?
Interior
Outro município do interior pode receber a visita da Polícia Federal a qualquer momento. O comentário é de membros ligados àquela prefeitura. Quem diz isso são eles, não eu.
Tom Sérgio
Descompatibilizado para tentar vaga na Aleac, Tom Sérgio passou o bastão da diretoria da Funtac para sua esposa, Missara Martins. Nas eleições, deve fazer dobradinha com o irmão, deputado federal Jesus Sérgio (PDT).
30 milhões
Nas redes sociais, o senador Sérgio Petecão (PSD-AC) disse que o veto à Lei Paulo Gustavo significa a perda de uma bagatela de R$ 30 milhões para a cultura acreana. “Vamos trabalhar para derrubar o veto presidencial. Mas quero lembrar que essa luta não é só minha”.
Aliança acreana
Jorge Moura e Fernando Zamora apresentaram na quinta, dia do jornalista, uma frente alternativa que deve trazer mais opções de candidaturas majoritárias ao Acre. Nada definido ainda. A surpresa ficou por conta de nome de Davi Friale, o mago do tempo, a uma cadeira na Aleac.
Lula
Com sequenciais tiros no pé, Lula é, nesse momento, seu pior inimigo. Um ávido Bolsonaro agradece.
MDB
Quando falei aqui sobre a dor de cabeça das reuniões dentro do MDB, no início da semana, muita gente não entendeu a gravidade da coisa. O título: Com dois postulantes ao Governo do Acre, MDB corre o risco de não lançar nenhum.
MDB²
Só agora que os especialistas da política estão ligando os pauzinhos e percebendo que, caso Rocha assuma o Governo do Acre, a candidatura de Mara fica amaçada. Recuso-me acreditar que, com 25 anos de idade e apenas três meses escrevendo uma coluna política, eu tenha sido o primeiro a levantar essa bola.