Em coletiva de imprensa, nesta terça-feira (12), o delegado da 2ª Regional Lucas Pereira, da Polícia Civil do Acre, revelou detalhes da investigação da relação da tortura e morte do morador de rua Renan Souza, conhecido como Nego Bau.
De acordo com o delegado, a Polícia Civil prendeu J. C. da S., de 39 anos, no final da tarde desta segunda-feira (11), investigado pela tortura de Nego Bau, que aconteceu no final de dezembro e teve vídeo espalhado nas redes sociais.
Em vídeo, é possível ver Nego Bau pedindo desculpas, logo após ter o seu dedo decepado pelo investigado, o qual utilizou um terçado para aplicar o golpe e remover o dedo polegar completamente.
Segundo o delegado, a Polícia Civil tomou conhecimento através do vídeo antes de viralizar nas redes sociais e já havia representado pela prisão do investigado, mas após o vazamento das imagens e da comoção social, J. C. da S. fugiu para Rondônia, o que atrasou no cumprimento do mandado de prisão, mas estava sendo monitorado e quando retornou para Rio Branco, foi preso pela Polícia Civil nas imediações da Avenida Antônio da Rocha Viana.
O delegado Lucas Pereira afirmou que o investigado colaborou com as investigações e assumiu que teria cometido a tortura. “Ele não reconhece que teve a intenção de matar o Nego Bau. Nós estamos fazendo um levantamento através dos documentos hospitalares de atendimento do Nego Bau e partir disso, será constatado se a tortura ocasionou na morte de Nego Bau”, explica.
O investigado deve ser indiciado por tortura qualificado e majorada, mas ainda está em investigação se a tortura será qualificada por resultado de morte ou lesão grave, já o majoramento se deve pela vítima ser portadora de patologia mental e pode pegar mais de 10 anos de prisão.
“Estamos concluindo e verificando os resultados médicos, os peritos da Polícia Civil irão fornecer dados técnicos que podem me subsidiar para ver se há ligação direta da tortura com a morte, se não houver, ele será indiciado por tortura qualificada por decepar o dedo dele e majorada pelo Nego Bau ser portador de doença mental”, disse o delegado.
De acordo com o delegado, o investigado disse que no dia da tortura, estava dormindo e por volta de 3h da madrugada e o cachorro dele começou a latir, quando percebeu que havia alguém na casa dele, com atitude suspeita. “Ele entendeu que o Nego Bau estava furtando objetos dele, mas ele sofria de uma patologia mental e não sabia direito das condutas que praticava”, afirma.
O investigado aguarda o desfecho da investigação em prisão preventiva.