Cresce o número de usuários de bebida alcoólica e outras drogas em Cruzeiro do Sul

Cruzeiro do Sul, no interior do Acre, há tempos deixou de ser pacata. A cidade vem se desenvolvendo e, com isso, surge a necessidade de mais atenção da parte do poder público, visando ampliar a qualidade de vida dos moradores, criando oportunidades de empregos, educação e uma política de segurança pública mais efetiva, pois, são fatores responsáveis por evitar impactos socioeconômicos e desigualdades.

Cruzeiro do Sul- AC

Na reportagem de Delly Souza, repórter da Tv Juruá, investigou-se o aumento preocupante de usuários de bebidas alcoólicas e outras drogas na cidade, em situação de rua. A coordenadora de Assistência Social do Estado, Milca Oliveira, quando procurada pela equipe, explicou que já existe uma comissão, juntamente com o município, e de forma emergencial, para tratar o caso.

Milca Oliveira, Coord. Assistência Social do Estado. Arquivo: Juruá Notícias.

“Cruzeiro do Sul, com esse evento da pandemia, durante esses dois anos, teve um aumento considerado de pessoas vivendo nas ruas. Estima-se que podemos ter 90 pessoas em situação de rua, a maioria usando drogas. Tem sido uma preocupação do poder público. O Governo do Estado, junto com o município, tem se articulado. Estamos hoje participando de uma comissão e articulando uma política de emergência, onde possa atender esse público imediatamente. Nós sabemos que a problemática tem crescido a cada dia, e é necessário também uma política de emergência, de curto, médio e longo prazo.”, pontuou a Coordenadora.

Na cidade, nos deparamos com essas pessoas, que vivem em situação sub-humana, fazendo de prédios públicos abandonados, abrigos, locais onde a polícia já encontrou bens furtados em lojas localizadas no centro da cidade.

O Delegado Lindomar Ventura, enfatiza que a polícia desvenda e encontra os autores dos furtos, que acontecem na região central, mas, quando identificados como dependentes químicos, os mesmos são liberados e voltam a praticar os mesmos crimes.

Lindomar Ventura, delegado. Arquivo: Juruá Notícias.

“É muito comum a prática de pequenos furtos, receptação, pequeno tráfico de entorpecentes, realizados por esses indivíduos, pessoas em sutuação de rua. É comum também encontrarmos objetos de furtos nos locais onde eles ficam; casas abandonadas, prédios sem uso.”, declarou o delegado.

Apesar de os casos estarem sendo bem apurados quando levados a justiça, as prisões em flagrante continuam, envolvendo essas pessoas, pois, geralmente elas não ficam presas por muito tempo, devido a condição social, por serem usuários. O delegado informou que as investigações continuam e, em muitos casos, os agentes fazem novamente a prisão dos mesmos indivíduos.

Homens e mulheres vivendo à margem da sociedade, sem perspectiva de um futuro diferente, que já desistiram da própria vida, pessoas que as famílias perderam a esperança de tê-los em seu convívio, sem o vício.

Pelo número expressivo desses usuários nas ruas, as autoridades públicas buscam uma solução. O vice-prefeito, Henrique Afonso, afirmou que o município vem acompanhando a situação de perto e, juntamente com o Estado e outras instituições, trabalhando para solucionar.

Henrique Afonso, Vice-prefeito. Arquivo: Juruá Notícias.

“Se tornou um grande desafio, e um problema também de uma complexidade muito grande. Por ser muito complexo, a primeira coisa que tivemos como iniciativa foi instalar uma rede integrada. Inclusive essa rede integrada, que a gente chama  grupo de trabalho, que o prefeito Zequinha já institucionalizou,  envolve a prefeitura, o estado, igrejas, comunidades terapêuticas, pessoas do Ministério Público, o Delegado Rômulo, e, graças a Deus toda a representatividade da sociedade civil e também do poder do Estado. A ideia é instalar em Cruzeiro do Sul, uma casa de acolhimento, que vai ser um centro de referência.”, declarou o Vice-Prefeito.

A iniciativa da prefeitura prevê uma ressocialização dessas pessoas em condição de rua, levando-as novamente a integração familiar e civil. O vice-prefeito, Henrique Afonso, considerando que essas pessoas necessitam de acompanhamento profissional, informou em entrevista, que será criado o Centro de Atenção Psicossocial 3 (CAPS), visando uma assistência especializada para essas pessoas e assim, reintegrá-las a comunidade.

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