O ex-presidente Lula se reuniu secretamente na última sexta-feira (13/5), em São Paulo, com o ex-prefeito de Belo Horizonte Alexandre Kalil (PSD) e com presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab.
O encontro ocorreu durante um café da manhã na casa de Lula e contou ainda com as presenças da presidente do PT, Gleisi Hoffmann, e do presidente da Assembleia Legislativa mineira, Agostinho Patrus (PSD).
Na reunião, o PSD levou uma sugestão de acordo para as eleições em Minas. Pela proposta, o PT apoiaria a candidatura de Kalil ao governo de Minas e, em troca, indicaria a vaga de vice-governador na chapa.
Por esse arranjo, o PT precisará desistir de lançar o líder do partido na Câmara, Reginaldo Lopes (MG), ao Senado, enquanto o PSD terá de abrir mão de ter uma chapa pura com Agostinho Patrus de candidato a vice de Kalil.
A vaga ao Senado na chapa, no entanto, permaneceria com a legenda comandada por Kassab. O partido pretende lançar o atual senador Alexandre Silveira (MG) à reeleição.
O encontro de Lula com Kalil ocorreu dias após a visita do petista a Minas. O ex-presidente cumpriu agenda no estado entre segunda-feira (9/5) e quarta-feira (11/5), mas não encontrou o ex-prefeito em terras mineiras.
Novas reuniões
Três dias após a reunião secreta com Kalil e Kassab, Lula e Gleisi se encontraram na segunda-feira (16/5), em São Paulo, com Reginaldo. No encontro, o ex-presidente designou o deputado para concluir as negociações em Minas.
Segundo apurou a coluna, o líder do PT na Câmara deve se reunir ainda nessa semana com Silveira e com Kalil para dar prosseguimento às tratativas para a aliança com o PSD no estado.
Importante conversa hoje com Lula e com o companheiro Reginaldo Lopes, q vai conduzir a construção do palanque Lula-Kalil e coordenar a campanha de Lula e Alckmin no Estado. Juntos para vencer em Minas e no Brasil
— Gleisi Hoffmann (@gleisi) May 16, 2022
Dois candidatos ao Senado
Nos bastidores, Reginaldo tem dito a aliados que o cenário ideal para ele seria o PSD manter a chapa pura Kalil-Patrus e a coligação ter dois candidatos ao Senado (ele próprio e Alexandre Silveira).
A candidatura dupla, porém, depende do TSE. Uma consulta sobre a possibilidade já foi apresentada na Corte e tem parecer favorável da Procuradoria-Geral Eleitoral. A decisão final será do ministro Ricardo Lewandowski.