Uma exposição de imagens vai mostrar as subjetividades vividas por acreanos durante os períodos de alagação. Neste sábado, 21, às 9h, no anfiteatro da Universidade Federal do Acre (Ufac), acontece a vernissage inaugural da mostra “Dados À Prova D’Água: Memória, ciência e informação”. A expografia conta com registros amadores, relatos sonoros reais e os olhares cuidadosos do fotógrafo Lucas Lourenço e da documentarista Juliana Brombim.
A exposição irá ocorrer em Rio Branco e em São Paulo. Em Rio Branco dois lugares irão receber a mostra, o Anfieatro da Ufac, nos dias 23, 24, 25 e 26 de maio, e o Memorial dos Autonomistas, nos dias 4, 5, 6, 7 e 8 de junho.
As imagens e registros foram capturados durante longo processo de estudo e desenvolvimento das subjetividades encontradas pelo projeto Dados à Prova D’Água, um projeto internacional e interdisciplinar de pesquisa, suas atividades tiveram início no ano de 2019.
A organização da exposição conta com nomes vinculados ao Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), Fundação Getúlio Vargas, Universityof Glasgow e UniversityOf Warwick. No Acre os nomes envolvidos são: Fernando Araújo Vilas Boas, Hannah Lydya Pontes Faria da Silva, Iasmin Castro Maia, Maria Rosilene Nobre da Cunha, Mariana da Silva Andrade e Mariana de Sousa Mendonça.
Sobre o projeto
O Projeto Dados à Prova D´água, ou Waterproofing Data – WPD é um projeto internacional e interdisciplinar de pesquisa, suas atividades tiveram início no ano de 2019.
No Brasil o Projeto é coordenado pela Profa. Dra. Maria Alexandra Cunha (Fundação Getúlio Vargas); na Inglaterra é coordenado pelo Prof. Dr. João Porto de Albuquerque (Universityof Warwick); e na Alemanha pelo Prof. Dr. Alexander Zipf (Heidelberg University), em colaboração com os pesquisadores do Cemaden, da Secretaria de Estado do Meio Ambiente Meio Ambiente e das Políticas Indígenas (Semapi) e Ufac.
Dados à Prova D’água trata da governança dos riscos de desastres, dentre eles a inundação (também conhecida como alagação entre os acreanos), enfatizando como os dados sobre estes eventos são produzidos e comunicados. Por exemplo, no caso do Acre, busca-se saber: como as pessoas são informadas sobre o nível do rio? Existe comunicação entre a população que mora em áreas de risco e a Defesa Civil? Em situações de alagações/inundações, que tipo de apoio governamental é oferecido? Pensando também no caso de São Paulo, cidade em que as inundações são causadas pelo excesso de chuva e por problemas na infraestrutura de drenagem da cidade, também quer-se entender: Quais são as medidas de prevenção contra as inundações tomadas pelas pessoas e pelo governo local? Como a população que mora em área de risco se informa sobre a chuva?
Um dos objetivos de Dados à Prova D’água Projeto é engajar pessoas das próprias comunidades afetadas na produção e análise de dados sobre as inundações/alagações por meio de instrumentos de pesquisa coletiva e diversa. O compartilhamento de experiências e memórias guia o estudo, a realização de mapeamentos e aplicação de questionários. Nesse sentido, o Projeto tenta dialogar com as realidades e demandas locais, incluindo a dinâmica de trabalho, as estratégias de mobilização e comunicação.