O pecuarista acreano e técnico químico no município de Sena Madureira, Adolar Rosella – uma das figuras mais conhecidas da princesinha do Iaco -, concedeu entrevista ao ContilNet para abordar diversos assuntos que fazem parte da sua experiência e dos seus estudos.
As temáticas discutidas passaram pela venda de crédito de carbono gerado pela floresta amazônica, os possíveis danos causados pelo gás metano, desmatamentos e caminhos para o progresso do Estado.
Rosella chegou a afirmar que as folhas e galhos da floresta quando apodrecem produzem mais gás metano que o peido do boi ao tratar dos perigos causados pela substância.
“21 vezes mais danoso para o clima que o CO2. O capim usa o CO2 para se desenvolver. Se você conseguir pôr fogo no seu peido ele vai queimar. É gás metano. As folhas e galhos da floresta quando apodrecem produzem gás metano – volume muito maior que todo o arroto ou peido do boi. Qual a solução para acabar com o gás metano produzido pela floresta? Desmatamento?”, destacou e questionou.
“É prostituição vender crédito de carbono gerado pela floresta amazônica. Os países que produzem eletricidade usando carvão (energia mais barata do mundo) vão ficar mais ricos e com consciência limpa. Nosso crédito deve ser usado para compensar o nosso desmatamento – que vai gerar alimento, trabalho, renda, e IDH positivo”, continuou.
Savanização da Amazônia
“As alterações climáticas em curso – não provocadas pelos amazonidas – já são irreversíveis. A eletricidade produzida com o uso do carvão (o mais barato combustível fóssil do mundo) só vai aumentar.
Nação rica não vai tirar o conforto e o progresso de seu povo. A savanização da Amazônia é uma realidade que será absorvida pelas próximas gerações com novas tecnologias.
A construção de hidrelétricas com grandes depósitos de água terão menos empecilhos ambientais e a evaporação substituirá a evapotranspiração com sucesso.
Amazônia Savanizada será a maior produtora de proteína animal do mundo. Peixes de água doce, carne vermelha. Grande produtora de eletricidade, gás natural, adubos e alimentos. Essa é a razão e o medo de nossos concorrentes econômicos. É bom lembrar que o Acre sozinho tem mais terras férteis que o Paraná e São Paulo juntos. A produção agrícola mecanizada já chegou. Altitude baixa será resolvida com tecnologia de culturas”.
Mercúrio Nativo
“ONG famosa fez pesquisa em Sena Madureira e constatou traços de mercúrio em peixes. Nada alarmante, mas curioso. Institutos de pesquisa e ambientalistas são sabedores da existência do mercúrio nativo em solo amazônico. O mercúrio é usado no garimpo manual para aglutinar o ouro. Ele é queimado. Como se explica a alegação de que – rio abaixo – depois das dragas, o teor de mercúrio era alto?
É plausível acreditar que o mercúrio nativo depositado no fundo do rio, por milhares de anos, foi resolvido pelas dragas ao sugar areia e, com isso, ocasionaram o aumento de mercúrio na água.
Areia que usamos na construção civil deve também provocar anomalias de mercúrio na água. Quer parecer que a retirada de areia para construção civil dos barrancos é a solução ambiental mais correta. Violência ambiental é imoral. É uma ideologia que não ilumina a verdade. Que tal as dragas de garimpo também fazerem a captura do mercúrio nativo?
Mais renda e menor poluição. Cabe aos ambientalóides de plantão dizerem como isso é viável “.
Zoneamento econômico/ecológico
“Página 152: a produção agropecuária tem impacto positivo.
Página 153: 95% dos pecuaristas possuem rebanhos de até 100 cabeças
Página 155: a conversão de Floresta contribui para reduzir a pobreza.
É correta a extinção da taxa sobre bezerro exportado.
Razões: a criação de vaca para gerar Bezerros produz um lucro perto de 5%;
A taxa de exportação do bezerro diminui o preço pago para o produtor;
A extinção da taxa melhora auto estima do pequeno pecuarista. 95% do setor pecuário;
Não vai faltar carne no Acre. O grande fazendeiro que engorda o bezerro tem um lucro aproximado de 30%. Vai diminuir um pouco o lucro.
Estão se esquecendo de que a carne que comemos vem do descarte de vaca e essas vacas estão nas mãos do pequeno pecuarista.
O ZEE foi feito por pessoas que não foram capachos da florestania”.