Datena quer trocar salário de 700 mil para ganhar 33 mil no cargo de senador

Ainda que lidere as pesquisas de intenção de votos para a vaga única ao Senado por São Paulo, José Luiz Datena está longe de agradar a todos do seu lado no espectro político.

Em alguns eventos partidários, ele recebeu vaias – pessoalmente ou quando seu nome foi mencionado – em explícita rejeição por não ser um bolsonarista raiz.

O apresentador tem a benção do presidente, porém, gera desconfiança em boa parte dos eleitores fiéis de Jair Bolsonaro. Alguns o veem como excessivamente moderado enquanto outros o chamam de esquerdista disfarçado.

Politizado desde o início da carreira como jornalista, Datena foi filiado ao PT por 23 anos (de 1992 a 2015). Depois passou pelo PP, PRP, DEM, MDB, PSL, União Brasil e agora está no PSC. Tem posições mistas, que vão do pensamento de esquerda à ideologia de direita.

Ele não esconde a irritação com a desconfiança a seu nome por parte de políticos e eleitores bolsonaristas. Ameaçou desistir da candidatura. Parece que agora entendeu que não será unanimidade.

Outro dia, diante de um entrevistado que declarou ao vivo voto em Lula, ele riu. “Eu tô do outro lado, por enquanto”, disse. Entre os petistas, ele é visto como um provável aliado no Congresso caso seja eleito e Lula também.

Aliás, um amigo o espera ansiosamente em Brasília. O ex-apresentador Jorge Kajuru, seu amigo desde a adolescência, ocupa uma cadeira de senador por Goiás e diz apoiar Datena “100%”.

Caso mantenha a candidatura e seja bem-sucedido nas urnas, o comandante do ‘Brasil Urgente’, da Band, vai abrir mão de uma situação confortável na TV, onde tem médias de 4 a 5 pontos no Ibope e salário em torno de R$ 700 mil – mais de 20 vezes a remuneração de um senador (R$ 33.763,00).

Por que alguém trocaria a popularidade na televisão, com bons ganhos, pela rotina aborrecida na política, onde virará alvo de ataques variados e vai ter remuneração tão menor?

Poder. O desejo por poder.

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