Quatro ransexuais e travestisransexuais e travestisforam assassinadas durante o ano de 2021, em Manaus, segundo a Associação de Travestis, Transexuais e Transgêneros do Estado do Amazonas (Assotram). No domingo (28), uma mulher trans foi encontrada morta com sinais de brutalidade e o grupo cobra segurança.
De acordo com a presidente da Assotram, Michele Pires, afirmou que os casos costumam ter características de requintes de crueldade contra as vítimas, como forma de punição pelas mulheres trans e travestis existirem.
” Há algo de errado no nosso país e especificamente aqui no Amazonas que não trás uma agilidade, não dá uma resposta para a sociedade a cerca dessas mortes, que são em grande medidas subnotificadas”, afirmou Pires.
Para a presidente da associação, há uma necessidade das autoridades e da sociedade terem uma atenção maior em relação aos crimes que acontecem contra transexuais e travestis.
“Há uma invisibilidade de mulheres trans e travestis na sociedade. Se pensa muito no imaginário cultural brasileiro e, no Amazonas, não foge dessa situação, que mulheres trans e travestis tem que estar na sarjeta, tem que permanecer na marginalidade e na prostituição. Por conta disso, há um processo de subcidadanização dessas mulheres. Quando essas mulheres morrem, pensam ‘É só mais uma. Pode deixar para lá'”, disse.
O caso
O corpo da mulher trans apareceu boiando em um igarapé de Manaus, na manhã do sábado (28). A vítima apresentava afundamento no crânio e outras marcas de agressão pelo corpo.
A mulher trans foi achada morta na altura da avenida Dr. Theomario Pinto da Costa, bairro Chapada, Zona Centro-Sul da capital.
De acordo com o sargento D. Santos, da 22ª Companhia Interativa Comunitária (Cicom), moradores avistaram o corpo as margens do igarapé e acionaram a viatura. “A vítima está despida e com marcas no corpo. Fizemos o isolamento no local e acionamos a Polícia Civil e também o Corpo de Bombeiros”, contou.
Denúncias
Por meio de nota, a Polícia Civil do Amazonas informou que o crime de homofobia é constituído por praticar, induzir, ou incitar a discriminação ou preconceito em razão da orientação sexual de qualquer pessoa.
É possível realizar a denúncia a partir do registro de um Boletim de Ocorrência (B.O.) na sede da Delegacia Especializada em Ordem Política e Social (DEOPS), nas dependências do 12° Distrito Integrado de Polícia (DIP), na Avenida Professor Nilton Lins, conjunto Parque das Laranjeiras, bairro Flores, Zona Centro-Sul de Manaus.
As denúncias também podem ser feitas pelo número da especializada (92) 3214-2269.