O Banco Central do Brasil (BCB/Bacen) encaminhou ao Ministério da Economia pedido para autorização de um novo concurso público. A oferta é para preenchimento de 245 vagas, sendo 200 para analista, 30 para técnicos e 15 para procuradores.
Esse é o mesmo quantitativo que foi solicitado pelo órgão em 2021 e que não teve aval da Economia. Dessa forma, o Banco Central optou por reenviar, este ano, o pedido para reforçar a necessidade de reposição de pessoal.
As informações foram passadas com exclusividade à Folha Dirigida pela Assessoria de Imprensa do banco. Confira a nota na íntegra:
“Sim, foi encaminhado novo pedido com as mesmas quantidades de vagas e cargos do ano passado: 200 vagas para analistas, 30 para técnicos e 15 para procuradores”.
A carreira de técnico do Banco Central tem como requisito o ensino médio completo. As remunerações iniciais são de R$7.741,31, incluindo o auxílio-alimentação de R$458.
Para o cargo de analista é exigido o nível superior em qualquer área de formação. Os salários, após aprovação no concurso, são de R$19.655,06.
Para concorrer às vagas de procurador é preciso ter bacharelado em Direito e exercício comprovado de dois anos de prática forense. Depois do ingresso, os ganhos são de R$21.472,49 por mês.
De acordo com dados de abril de 2022, o Banco Central dispõe de 3.035 cargos vagos em sua estrutura, sendo 2.470 de analista, 138 de procurador e 427 de técnico. O que demonstra que o órgão tem grande necessidade de reposição de pessoal.
Bacen: cerca de 600 servidores podem se aposentar até 2025
Sem autorização para um novo concurso público, o Bacen aumenta seus cargos vagos. Uma vez que a instituição apresenta saídas regulares de servidores por aposentadorias, mortes e desligamentos em geral.
De acordo com dados do ano passado, o Banco Central tem 8,87% do quadro de servidores com condição de aposentar. O que indica 313 funcionários, entre técnicos, analistas e procuradores. Até 2025, a projeção é que esse quantitativo atinja 18%.
Caso um novo concurso não seja autorizado, o Banco poderá perder mais de 600 servidores até o fim de 2025. De forma que o quadro tenha 2.927 funcionários dos 6.470 previstos na Lei nº 9.650.
Tais quantitativos foram apresentados pelo Banco Central no ofício enviado, em 2021, ao Ministério da Economia para autorização de um novo concurso Bacen.
Para além dessa previsão, é necessário considerar que, em média, 32 servidores desligam-se do Banco Central anualmente por motivos outros que não aposentadoria. O que agrava ainda mais o potencial de esvaziamento do quadro.
O presidente do BC, Roberto Campos Neto, compreende que o Brasil passa por uma contingência orçamentária e fiscal, mas pondera que a redução de servidores acarreta risco “ao adequado funcionamento do Sistema Financeiro Nacional (SNF)”.
“A redução da força de trabalho do BC acarreta risco ao adequado funcionamento do Sistema Financeiro Nacional (SFN), na medida em que diminui a capacidade de manutenção de serviços essenciais a cargo desta Autarquia e afeta o desenvolvimento das novas competências que lhe vêm sendo atribuídas por leis e de ações estratégicas definidas para os próximos anos, elencadas na Agenda BC# e alinhadas com as diretrizes e iniciativas do Governo Federal”, disse Neto.
Último concurso Bacen para efetivos foi há nove anos
Em 2013, foi aberto o último concurso Bacen para efetivos. Ao todo, foram disponibilizadas 500 vagas para técnicos e analistas.
Com organização do Cebraspe (Cespe/UnB), os concorrentes foram avaliados por prova objetiva sobre Conhecimentos Básicos e Específicos e avaliação de títulos.
Os aprovados ainda foram submetidos a um programa de capacitação.
As provas foram aplicadas nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Belo Horizonte, Curitiba, Porto Alegre, Belém, Fortaleza, Recife e Salvador.