O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a criticar banqueiros que estariam pedindo reuniões para cobrar dele uma posição sobre um eventual programa de governo. Só que, reservadamente, Lula, pré-candidato do PT à presidência, já vem fazendo encontros com representantes de instituições financeiras para discutir o cenário econômico brasileiro.
Lula disse que vai fazer “muitas reuniões com banqueiros e empresários”, mas reclamou que eles só querem saber do teto dos gastos públicos e não perguntam sobre a situação do povo.
“Banqueiro quer fazer reunião. Eu vou fazer muitas reuniões com banqueiro e empresário, mas eles nunca me perguntam como está o povo na rua, se está passando fome, como estão as pessoas abandonadas”, disse o ex-presidente.
Aliados de Lula e banqueiros confirmaram ao blog, no entanto, que o ex-presidente já tem realizado encontros reservados com alguns representantes do sistema financeiro.
Segundo esses aliados, as críticas de Lula fazem parte de uma estratégia de campanha, mas elas acabam irritando banqueiros.
Também não repercutiu bem dentro da campanha a afirmação feita por Lula de que o PSDB “acabou”. Segundo interlocutores do ex-presidente, esse tipo de fala atrapalha nas negociações de bastidores para atrair o apoio de lideranças do PSDB ainda no primeiro turno.
Lula, por exemplo, teve uma conversa recente com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.
“Um senador do PFL disse uma vez que era preciso acabar com a ‘desgraça do PT’, o Jorge Bornhausen. O PFL acabou. Agora, quem acabou foi o PSDB. O PT continua forte”, disse Lula, gerando reações dentro do PSDB.
O deputado Aécio Neves (PSDB-MG) rebateu as críticas do petista. “Arrogante e desrespeitosa a afirmação do ex-presidente Lula de que o PSDB acabou. Por maiores que tenham sido os equívocos dos nossos atuais dirigentes, o PSDB continuará a ser essencial ao Brasil. E o tempo mostrará isso”, afirmou Aécio.