PT pode ficar de fora da disputa pelo Governo do Acre pela primeira vez desde 1982

Candidaturas

Nilson Mourão (1982), Hélio Pimenta (1986), Jorge Viana (1990,1998 e 2002), Tião Viana (1994, 2010 e 2014), Binho Marques (2006) e Marcus Alexandre (2018) foram os candidatos do PT ao Governo do Acre ao longo últimos 40 anos, desde a volta das eleições diretas para governador, em 1982.

Hegemonia

Saíram vencedores pelo PT, Jorge Viana (98 e 02), Binho Marques (06) e Tião Viana (10 e 14), uma das maiores hegemonias de um único partido governando um estado no país: 20 anos. Ou seja, metade do período das eleições diretas no Acre o estado foi governado pelo PT.

Singularidades

Uma curiosidade é que o PT é o único partido no Acre a ter candidatos ao Palácio Rio Branco em todas as eleições desde 1982. Outra singularidade é que em seis dessas oportunidades a legenda foi representada ou por Jorge Viana ou por seu irmão, Tião Viana.

2018

A eleição de 2018 foi o maior baque que o PT acreano sofreu em décadas. Não só acabou com a hegemonia, como tirou praticamente todos os espaços de poder dos petistas. Perderam o Governo do Estado com a derrota do ex-prefeito de Rio Branco, Marcus Alexandre; perderam as duas vagas do Senado, com Jorge Viana e Ney Amorim derrotados; não elegeram nenhum deputado federal (apesar de Leo de Brito ter assumido tempos mais tarde com a cassação de Manual Marcos) e elegeram ‘apenas’ dois deputados estaduais, Daniel Zen e Jonas Lima. Uma verdadeira surra nas urnas.

2022

Precisando se reinventar e com a consciência de que já não são mais aquele partido hegemônico de outrora, o pleito deste ano tem tudo para ser o primeiro em que o Partido dos Trabalhadores não apresentará um nome para a disputa do Governo. Isso porque a maior liderança do partido, o ex-governador Jorge Viana, já declarou que pretende disputar o Senado. Com isso, o PT caminha para uma aliança onde precisará deixar a vaga de Governo para outro partido.

PSB

E o partido que deve tirar do PT o título de única sigla a ter disputado todos os pleitos até aqui é o PSB. Aliado histórico dos petistas aqui no estado, os socialistas apresentaram o nome do deputado estadual Jenilson Leite para a disputa do Governo. Uma dobradinha entre JV e Jenilson está praticamente sacramentada. Só falta o anúncio oficial.

Caravana

O pré-candidato ao Governo e senador Sérgio Petecão (PSD) segue com sua caravana de construção do plano de governo a todo vapor. No Alto Acre a caravana já passou por Xapuri e Epitaciolândia. Hoje foi a vez do senador desembarcar em Assis Brasil.

Lula e Marina

Em entrevista ao site Metrópoles, nesta sexta-feira (17), a ex-senadora acreana Marina Silva falou sobre suas exigências para apoiar o seu antigo aliado, o ex-presidente Lula (PT). “Não é só receber apoio. Eles (candidatos) têm que também entender o que estão apoiando. Não podem continuar apoiando projetos como Belo Monte (construção da hidrelétrica no Pará). Não podem continuar apoiando investimentos como nas hidrelétricas no rio Tapajós. Não podem fazer vistas grossas para grilagem de terras e, mais uma vez, querer fazer regulação fundiária como foi feito em 2009, quando 47 milhões de hectares foram entregues para pessoas que não deveriam ter recebido esses títulos”, disse Marina.

São Paulo

Já sobre sua situação eleitoral, Marina disse que trabalha com a ideia de se candidatar a uma vaga na Câmara Federal por São Paulo, mas que não descarta a possibilidade de compor a chapa como vice do pré-candidato ao Governo e ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT). No entanto, Marina deixou claro que vem trabalhando para que a vaga de vice seja oferecida ao PSB, em nome da união dos partidos de centro-esquerda no estado.

União

“Eu espero que o PSB, com o ex-governador Márcio França, venha somar junto a esse campo que já está em diálogo, para que a gente possa ter um projeto vitorioso em cima de um programa, que não é de apenas de um candidato, é um programa voltado para que São Paulo, de fato, dê uma contribuição para si mesmo, porque é um dos estados mais ricos e com maior base de desenvolvimento econômico, tecnológico e de recursos humanos do país. Eu estou me propondo a esse diálogo e terei que tomar essa decisão até o fim deste mês”, destacou Marina Silva.

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