Risco-país cresce mais no Brasil do que em outros países da América Latina

A percepção de risco dos investidores internacionais piorou de forma mais intensa com o Brasil do que com o conjunto das economias da América Latina.

Desde o início do ano, o risco-país brasileiro medido em CDS (Credit Default Swap) subiu 87 pontos, para o patamar de 290 pontos, de acordo com um monitoramento realizado pela consultoria Tendências. Nesse mesmo período, a média do risco-país de ColômbiaChilePeru e México avançou 58 pontos, para 168 pontos.

O CDS é uma espécie de seguro contra calote e, portanto, funciona como uma das principais medições de riscos entre as economias. Quanto mais alto é o CDS, mais arriscado o país é considerado pelos investidores.

“O pano de fundo desse movimento é o momento mais adverso e desafiador do mundo”, afirma Silvio Campos Neto, economista da Tendências. “O ajuste monetário tem sido mais incisivo do que o esperado, com o Fed (Federal Reserve, banco central dos EUA) tentando tomar as rédeas da inflação.” 

Na semana passada, o Federal Reserve subiu as taxas de juros do país em 0,75 ponto percentual – o maior aumento realizado desde 1994 – numa tentativa de cortar a maior inflação do país em 40 anos.

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