Quatro dos animais que são símbolos do Pantanal, a onça-pintada (Panthera onca), a ariranha (Pteronura brasiliensis), o cervo-do-pantanal (Blastocerus dichotomus) e o tamanduá-bandeira (Myrmecophaga tridactyla) permanecem na Lista de Espécies da Fauna Brasileira Ameaçadas de Extinção.
A lista atualizada, elaborada pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), foi publicada nesta quinta-feira (8), em portaria do Ministério do Meio Ambiente, no Diário Oficial da União. Para conferir a íntegra da lista clique aqui.
O levantamento aponta que o país tem 1.249 espécies e subespécies da fauna ameaçadas de extinção, dessas, 219 foram recém-inseridas na atualização.
As espécies e subespécies ameaçadas estão divididas nas seguintes categorias:
- 1 Extinta na Natureza (EW)
- 358 Criticamente Em Perigo (CR)
- 425 Em Perigo (EN)
- 465 Vulnerável (VU)
A lista do ICMBio aponta que a onça-pintada, a ariranha, o cervo-do-pantanal e o tamanduá-bandeira estão enquadrados na lista com a classificação de “vulnerável”. Isso significa que apresentam um risco elevado de se tornarem ameaçadas.
Conheça mais sobre símbolos do Pantanal que estão na lista dos ameaçados:
Onça-pintada
O tamanho impressiona. As cores, amarela e preta, parecem uma pintura. A ferocidade amedronta. E a combinação disso tudo atrai olhares de gente de todo o mundo. Estudos apontam que o Brasil detém cerca de 50% das onças-pintadas de todo o mundo — mais de 90% delas estão na América do Sul.
Avistar esse felino é o auge do passeio de quem vai ao Pantanal. O animal também é estudado e alguns até monitorados eletronicamente por pesquisadores. Em Miranda, por exemplo, há projeto específico sobre o comportamento deste animal, o Onçafari. Há ainda outras iniciativas como: Onças do Rio Negro, e no Mato Grosso, a ONG Panthera e o ICMBio.
“O Pantanal abriga uma das mais importantes populações da espécie, e aqui é o lugar onde é mais fácil observá-las”, explica o pesquisador do Laboratório de Vida Selvagem da Emprapa Pantanal, Walfrido Moraes Tomas.
De acordo com o pesquisador, mesmo sendo um animal essencialmente terrestre, a onça-pintada está muito associada à água.
“Caça muito animais aquáticos ou que vivem em ambientes inundáveis, como jacarés, capivaras, cervos, etc”, explica Walfrido.
Ariranha
“É uma espécie dependente de rios e lagos, facilmente observada no Pantanal. A região abriga uma das mais importantes populações desta espécie, que é considerada ameaçada de extinção”.
As ariranhas são excelentes predadores de peixes e são considerada as ‘onças das águas’. Também conhecidas como lontras gigantes, podem medir até 1.80 m e são animais com hábitos diurnos e típicos de água doce. Estão sempre em grupos cuidando do seu território.
Além das tocas, a ariranha também constrói latrinas, onde faz as suas necessidades fisiológicas, e também campsides, que são áreas construídas em regiões sombreadas e próximos a áreas de alimentação, servindo para descanso e demarcação de território.
Cervo-do-pantanal
“É uma espécie ameaçada de extinção totalmente dependente de áreas inundáveis. O Pantanal abriga a maior população conhecida. Também é um atrativo turístico relevante”.
O cervo-do-pantanal pode pesar até 130 quilos e medir mais de dois metros de comprimento. A família Cervidae, representada por cervos e veados, é única ruminante nativa existente no Brasil.
Tamanduá-bandeira
O tamanduá-bandeira (Myrmecophaga tridactyla) também representa beleza. Esse gigante tem características bem interessantes: é o único mamífero terrestre que não possui dentes. O comprimento da cabeça e do corpo é de mais de um metro e meio: só de focinho são quase 45 centímetros. A cauda varia de 60 a 90 centímetros e apresenta pelos longos que formam uma espécie de ‘bandeira’, característica que inspirou o nome popular.
Eles são insetívoros, ou seja, se alimentam apenas formigas e cupins. Abrem os cupinzeiros e os formigueiros com as garras poderosas e introduzem a longa língua, que pode se projetar a 60 centímetros para fora da boca.
De hábitos diurnos os tamanduás são normalmente vagarosos, mas quando perseguidos podem fugir em galope. O famoso abraço de tamanduá é praticamente a única defesa desse animal desajeitado e de visão e audição muito limitadas. O melhor sistema de alerta do tamanduá-bandeira é o olfato, que é apuradíssimo.
Ao pressentir o perigo, ele faz uso de articulações extras e levanta as patas dianteiras, apoiando o peso num tripé formado pelas duas patas traseiras e a cauda.