O pescador esportivo João Cordeiro estava no rio Madeira quando puxou a linha e observou que tinha fisgado uma arraia, em Porto Velho. Ao tirar o animal da água, ele foi surpreendido por um candiru que tentava entrar na arraia para ‘comê-la’ viva.
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No vídeo acima é possível ver o momento em que João puxa a arraia do rio e o candiru tenta entrar nas brânquias dela. O peixe vampiro acaba sendo retirado pelo pescador.O candiru é da família Trichomycteridae, que engloba mais de 280 espécies, com cerca de 40 gêneros.
Ele é um parasita que se alimenta de outros peixes, e pode chegar a medir até 30 centímetros. Esse peixe é hematófago, ou seja, se alimenta do sangue de outros animais e alguns vivem em forma de parasitas nas brânquias de outros peixes. Na região em que está presente, ele é muito temido.
João que nas horas vagas se aventura praticando pesca esportiva por rios da região, já registrou outros “encontros” com o candiru. Ele contou ao g1, que pela frequência de encontros com o animal não se surpreende mais com a sua força.
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Acompanhado com a câmera para guardar os registros das suas pescarias, João lembra de outro momento em que foi surpreendido pelo peixe vampiro: quando o candiru devorou a metade de um peixe fisgado durante uma pescaria.
Em outra pescaria, ele fisgou um peixe que estava acompanhado por um pirarucu. Na ocasião, o pescador relatou o quanto o animal é voraz e “sanguinário”.
“Os candirus que entram nas pessoas, esses entram na uretra, em qualquer buraco que ele achar ele entra. Ele é pequeno, mas é voraz. Ele é atraído por sangue, urina, calor”, conta.
Peixe da Amazônia
Segundo o biólogo Adriano Martins, a anatomia do candiru permite que ele se camufle nos rios barrentos da Amazônia, como o rio Madeira.
“Ele tem a cabeça e olhos pequenos, o corpo muito liso e coloração azulada que ajuda na camuflagem das águas turvas dos rios amazônicos. São peixes bem pequenos”, explicou.
Adriano ressalta que, ao encontrar sua presa, o candiru usa técnicas para se fixar e, em alguns casos, sua retirada só é possível através de cirurgia.
Como evitar acidentes com candiru?
Em Rondônia, há cerca de 10 casos por ano de penetração do candiru em orifícios do corpo humano, como uretra, ânus e vagina. Para evitar acidentes com o peixe, a doutora em desenvolvimento sustentável do trópico úmido, Carolina Rodrigues da Costa Doria, que atua na Universidade Federal de Rondônia (Unir), explica que só é recomendada a entrada nos rios amazônicos com as roupas adequadas.
“É importante ressaltar que não é um peixe feroz que vai comer gente viva, pois isso não acontece. O pescador que pesca no Madeira sabe que é um rio que tem candiru e que não é todo dia e toda hora que encontra o peixe no rio”.