Afastado da OAB, advogado investigado por furto de gados segue preso no Bope

Após 20 dias da operação “Boi de Ouro”, que prendeu 15 pessoas supostamente envolvidas em furto de cabeças de gado no Acre – de forma preventiva e temporária -, o advogado Ismael Tavares da Costa, integrante do grupo de investigados, segue preso no Batalhão de Operações Especiais (Bope).

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As investigações que iniciaram no ano de 2021 apontam que milhares de cabeças de gados foram furtadas nos município de Senador Guiomard, Plácido de Castro, Manoel Urbano, Porto Acre e Acrelândia, onde aconteceram mais apreensões. A Polícia Civil ressalta que outras pessoas deverão ser presas no decorrer das investigações. Além das prisões, 2 carros, 3 caminhões, 2 motos e 6 celulares foram apreendidos.

Uma decisão recente da juíza Kamylla Acioli Lins e Silva, da Vara Única Criminal da Comarca de Acrelândia, deu um novo desfecho para a operação.

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As prisões temporárias de Ismael, Aldair Francisco Batista Campos, Paulo Sérgio Batista, Marcos Antônio Batista, Luiz Gustavo do Nascimento, Douglas Cristo Brizola, Rodrigo Belo da Silva, Paulo Ferreira da Silva, Francisco Pereira de Souza, André Luiz Batista Severino e Ronilson Alves Batista, que receberam prisão temporária, passam para prisão preventiva.

O ContilNet entrou em contato com o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/Seccional Acre), Rodrigo Aiache, para esclarecer de que forma a instituição está intervindo no caso do advogado.

“A OAB não está intervindo neste caso. Conforme noticiado no dia 10.02.2023, o OAB acionada pela Polícia Civil, com a informação de que se fazia necessária a presença de representantes da OAB/AC, a fim de acompanhar o cumprimento de mandado de busca e apreensão em residência de um advogado. Todos os atos da operação foram devidamente acompanhados, como preceitua o art. 7º, § 6º do Estatuto da Ordem dos Advogados do Brasil”, destacou.

“Além disso, no dia 17/02/2023, após recomendação da Corregedoria-Geral, a Presidência da Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Acre (OAB/AC), decidiu pelo afastamento temporário do membro do conselho seccional que foi alvo da operação”, finalizou.

Milhares de cabeças de gado roubadas

A Polícia Civil informou que não tem como dar um número exato de quantas cabeças foram furtadas, por conta da dificuldade de encontrar os gados subtraídos. Segundo o delegado, a maior parte da carga era enviada para fronteira, o que inviabilizava a contagem. Porém, a equipe afirmou que pelo menos milhares de gados foram furtados.

Essa é a primeira etapa das investigações feitas pela equipe da Polícia Civil. De acordo com o delegado, a partir de agora, outras pessoas deverão ser presas ao decorrer das próximas fases.

O delegado de Rio Branco e do interior, Pedro Busolin, informou que foram realizados mais de 40 ordens judiciais cumpridas e que o foco da quadrilha era a divisa com o estado do Amazonas, onde boa parte do gado furtado era levado. “Foi um duro golpe aplicado a essas pessoas que vinham praticando esse tipo de crime”, disse.

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