Neste 1 de março de 2023, completam 60 anos que o ex-governador José Augusto de Araújo assumia o cargo de primeiro governador eleito do Acre, após a criação do Estado, através da Lei nº 4.070, de 15 de junho de 1962, pelo então presidente João Goulart, que elevou o território à categoria de Estado.
Professor, historiador e geógrafo formado pela antiga Universidade do Estado da Guanabara, nascido em Feijó, no interior do Acre, José Augusto também assumiu o cargo de deputado federal, como suplente, pelo Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), na Legislatura de 1959-1963.
Além disso, José Augusto foi o primeiro governador eleito pelo voto popular, mas não foi o primeiro governador do Acre após a criação do Estado, este foi Aníbal Miranda Ferreira da Silva, que foi governador de 15 de junho de 1962 a 1º de março de 1963, quando José Augusto assumiu.
José Augusto teve um mandato em um curto período de tempo, de 1º de março de 1963 a 8 de maio de 1964, pois teve o mandato cassado nos primeiros dias da Ditadura Militar, instaurada em 1964. A cassação só seria revogada em 2014, pela Assembleia Legislativa do Acre (Aleac).
Enfrentando a oposição até mesmo de correligionários do PTB, por suas ideias, consideradas “liberais” demais para os padrões da época e seu apoio às reformas pretendidas pelo presidente João Goulart, que em novembro de 2013, também teve anulada a sessão que o cassou. Araújo acabou sendo um dos primeiros administradores depostos pelo Regime Militar.
Com o golpe, os opositores do governador acreano passaram a denunciá-lo aos militares como “subversivo” e “comunista”. A situação foi se tornando insustentável, até que no dia 8 de maio de 1964, José Augusto foi forçado a renunciar pelo comandante da 4ª Companhia Militar, capitão Edgar Pedreira de Cerqueira Filho, durante o episódio que ficou conhecido como “Cerco ao Palácio”.
Comandados por Cerqueira, os militares cercaram o Palácio Rio Branco exigindo que Araújo renunciasse ou iriam invadir o local.
Enfrentando a oposição até mesmo de correligionários do PTB, por suas ideias, consideradas “liberais” demais para os padrões da época e seu apoio às reformas pretendidas pelo presidente João Goulart, que em novembro de 2013, também teve anulada a sessão que o cassou . Araújo acabou sendo um dos primeiros administradores depostos pelo Regime Militar.
Com o golpe, os opositores do governador acreano passaram a denunciá-lo aos militares como “subversivo” e “comunista”. A situação foi se tornando insustentável, até que no dia 8 de maio de 1964, José Augusto foi forçado a renunciar pelo comandante da 4ª Companhia Militar, capitão Edgar Pedreira de Cerqueira Filho, durante o episódio que ficou conhecido como “Cerco ao Palácio”.
Comandados por Cerqueira, os militares cercaram o Palácio Rio Branco exigindo que Araújo renunciasse ou iriam invadir o local.
No entanto, para mostrar que estava sendo obrigado a tomar a decisão, o governador assinou o documento utilizando apenas suas iniciais, ao invés de sua assinatura tradicional.
A renúncia de José Augusto não foi o suficiente para o capitão Cerqueira, que obrigou-o a deixar o estado com a esposa. Ao voltar ao Acre, um ano depois para responder a um inquérito por subversão, Araújo acabou preso durante sete meses, mas como sofria de problemas cardíacos ficou esse tempo internado no Hospital de Base de Rio Branco.
José Augusto conseguiu a liberdade através de um habeas corpus, em março de 1966 e voltou ao Rio de Janeiro. No mesmo ano, contudo, teve os direitos políticos cassados por 10 anos pelo Regime Militar.
No período em que viveu no Rio de Janeiro, o ex-governador foi ficando com a saúde cada vez mais debilitada, principalmente por causa dos processos que era obrigado a responder.Até que no dia 3 de abril de 1971, ele acabou falecendo no Hospital Pedro Ernesto, no Rio de Janeiro.
Apesar das divergências sofridas, durante o seu governo, José Augusto não deixou de atuar pelo Estado do Acre, para trazer à população estruturação e realização de seus ideais. A ex-vice governadora Nazaré Araújo, que foi eleita na chapa de Tião Viana, é filha do primeiro governador eleito do Acre e da ex-deputada federal Maria Lúcia Araújo.
“Para nós da família, a memória que temos dele, do que ele conseguiu fazer pelo o Acre e pelas pessoas, em um período tão conturbado do Brasil, em termos de estruturação e realização de seus princípios, dedicando-lhes a vida. É uma forma de amor”, destacou Nazaré Araújo.