Reajuste em isenção do IR dá ‘fôlego’ a famílias endividadas, diz Haddad

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta sexta-feira (28) que mudança na isenção da tabela do Imposto de Renda das pessoas físicas dará “fôlego” para famílias endividadas.

“Isso dá fôlego para as famílias que hoje estão endividadas, que estão com problemas de acesso a crédito e de consumo. Então, é um primeiro alento, ainda pequeno, mas já sinalizando o que pretendemos”, afirmou Haddad.

O governo vai reajustar na segunda-feira (1º) para R$ 2.112 a faixa do IR, em vigor desde 2015, que hoje é de R$ 1.903,98. A informação foi antecipada pela TV Globo e pelo g1.

Com a mudança, trabalhadores que recebem até R$ 2.640 por mês ficarão isentos do recolhimento do imposto (entenda).

Até 1º maio, também será reajustado o valor do salário mínimo, que passará dos atuais R$ 1.302 para R$ 1.320. Sobre o reajuste, Haddad comentou que cumpre uma promessa de campanha de garantir aumentos reais, acima da inflação, para o trabalhador.

“Nós estamos perseguindo o espaço necessário para que os trabalhadores, sobretudo aqueles que mais dependem do estado, tenham satisfeitas as suas expectativas em relação ao que esperam deste governo. Esse governo tem o compromisso com programa e esse programa vai ser executado na forma determinada pelo presidente da República”, afirmou.

Taxa de juros

O ministro voltou a defender a redução da taxa básica de juros, a Selic, atualmente em 13,75% ao ano, para ajudar na recuperação da economia.

“Nós abrimos espaço para uma redução da taxa de juros, que pode acontecer a qualquer momento”, comentou.

A decisão, contudo, cabe ao Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, que se reúne a cada 45 dias, em média, para definir a taxa Selic. A próxima reunião é na semana que vem.

O ministro da Fazenda também disse que a redução da taxa de juros será importante para o investimento “vir forte” para o país.

Crescimento da economia

Ainda na fala desta sexta, Haddad contou que a Fazenda avalia revisar para cima o crescimento previsto para a economia neste ano.

A projeção atual trabalhada pela pasta é de um crescimento de 1,61% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2023.

“Vários bancos já reavaliaram a projeção de crescimento do PIB para esse ano. A maioria estava apostando num crescimento inferior a 1% e hoje praticamente todo o mercado está apostando numa taxa de crescimento muito superior à estimada. Alguns bancos já estão projetando perto de 2% de crescimento, 1,8%. Nós mesmos da Fazenda estamos pensando em reestimar para mais a expectativa de crescimento para o ano de 2023.”

No boletim Focus, do Banco Central, em que são ouvidas mais de 100 instituições financeiras sobre as projeções para a economia, a estimativa do crescimento para a economia ainda está modesta – é de 0,96%, considerando a mediana das projeções.

PUBLICIDADE