O médico Thiago Celso Andrade Reges, de 36 anos, foi julgado inocente pelo Tribunal Regional Federal da Primeira Região, da acusação de tráfico internacional de mulheres. Segundo denúncia, ele levava mulheres ao Acre para se prostituir na Bolívia.
De acordo com o entendimento do desembargador federal Névito Gued, a lei considera conduta criminosa ação que promove o tráfico de pessoas mediante grave ameaça, violência, coação fraude ou abuso, caso que foi julgado inexistente. Na decisão, o desembargador afirma que as vítimas teriam conhecimento de que iriam se prostituir:
“No caso, da leitura dos depoimentos das apontadas vítimas, observa-se que elas foram para a Bolívia e tinham conhecimento de que iriam se prostituir, tudo indicando que as mulheres estavam cientes das condições oferecidas na Bolívia, tendo viajado por livre e espontânea vontade”, diz a decisão.
Tiago Celso foi investigado, também, por suposto exercício ilegal da medicina, após ter seu CRM cassado pelo Conselho Regional de Medicina do Ceará (CREMEC). No entanto, ele alega ser inocente da acusação, e que teria sido vítima da faculdade boliviana em que se formou:
“Quero reiterar meu compromisso com a justiça, pois acredito nela e serei inocentado de tudo aquilo que me proferiram, fui vítima de extorsão na faculdade da Bolívia”, disse Thiago em nota.
O médico alega que nunca exerceu a profissão sem CRM e que quando teve seu registro no conselho cassado, devolveu sua carteira. “Quando o CREMEC me solicitou cassando meu conselho na surdina, devolvi a carteira e logo em seguida entramos na justiça”.
Uma resolução, do dia 16 de junho de 2020, aprova a revalidação nacional do diploma de médico de Thiago Andrade. O documento foi assinado pela reitora da Universidade Estadual de Fortaleza, Josete de Oliveira Castelo Branco Sales.
Em nota enviada ao ContilNet, Thiago se posicionou e disse que foi vítima de extorsão.
“Quero reiterar meu compromisso com a justiça, pois acredito nela e serei inocentado de tudo aquilo que proferiram. Fui vítima de extorsão na faculdade da Bolívia para eles terem que confirmar formação para o CREMEC. O CREMEC anulou meu conselho ilegalmente, sem me ouvir, sem minha prévia defesa, sem a ampla defesa e o contraditório. Apenas por um e-mail, a comissão revalidadora CCS da UECE já tinha confirmado minha formação em 2017, antes de me obrigar a fazer a complementação de estudos com mais de 5 mil horas, então, existe toda a verdade por trás que a mídia nem as pessoas não conhecem”.
“Quando fui cassado na surdina, imediatamente entrei na justiça Federal alegando toda a verdade. Já existe um processo que está em grau de recurso, desde quando me tomaram meu concelho, então, esse inquérito nunca era para ter existido, tanto é que fazem 4 meses e não enviaram nada para o magistrado pois foi completamente uma armação que fizeram contra minha pessoa, procurarei este jornal pois tenho todo material para provar minha formação, documentos, conversas, diálogos , vídeos de autoridades na Bolívia”.