VÍDEO: ativista diz que seca severa de rio tem causado desidratação em indígenas

O sertanista relatou, também, que nas cabeceiras dos rios da região há poucas vertentes

O jornalista acreano, Altino Machado, publicou em suas redes sociais, nesta sexta-feira (6), um vídeo do ativista indígena e sertanista aposentado, José Carlos Meireles, em que ele fala sobre a preocupação com relação ao nível do Rio Tarauacá e as possíveis consequências das secas.

José Carlos Meireles trabalhou no Acre por mais de 40 anos com indígenas em isolamento, nas florestas e cabeceiras dos rios, na fronteira com o Peru.

Carlos Meireles atuou no Acre por mais de 40 anos – Imagem: Reprodução

No vídeo, Carlos Meireles faz um apelo aos órgãos competentes, para que possam se voltar para a questão de emergência hídrica em que os rios acreanos se encontram. O ativista disse que o fato de a temperatura da água está muito quente, pode haver morte de peixes.

“Eu tenho recebido vídeos do pessoal que trabalha nas cabeceiras dos rios Envira, Tarauacá e Amônia. Conversando com peões que trabalham na cabeceira do Rio Tarauacá, eles disseram que nunca viram o rio tão seco. Além dos rios estarem muito secos, a água está muito quente, então começa a mortandade de peixes”, disse.

O sertanista relatou, também, que nas cabeceiras dos rios da região há poucas vertentes, fazendo com que a população tome água dos afluentes, o que causa um risco à saúde.

“O que poucos sabem é que nas cabeceiras desses rios há poucas vertentes e algumas estão secando, então, o pessoal está tomando a água do rio. Aí tem peixe morto, merda de anta, que faz cocô na água. No inverno tudo bem, mas quando tem pouca água isso vai se concentrando, e o pessoal está tomando essa água”, explicou.

Meireles contou, ainda, que há relatos de desidratação de indígenas na região próxima ao Rio Tarauacá e seus afluentes. “Estou vendo caso de desidratação de índios, e não é só isso, acho que também está tendo muitos casos de infecção intestinal por conta da maluquice dessa seca na Amazônia”, ressaltou.

A estiagem na Amazônia tem causado diversos prejuízos, não só de desabastecimento e agricultura, por exemplo, mas também, à fauna aquática. Na última semana mais de 100 botos morreram devido à alta temperatura das águas na região de Tefé, no Amazonas. No Acre, também foi registrada morte de peixes no Rio Amônia, em Marechal Thaumaturgo.

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